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O concelho de Setúbal tem previstos investimentos privados de mais de 3 mil milhões de euros nos próximos três anos, revelou terça-feira o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, na reunião da Assembleia Municipal sobre o estado do município.
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Os principais partidos da oposição, PS e PSD, fazem duras críticas à maioria CDU e coincidem em alguns reparos, designadamente no que respeita à concessão do estacionamento tarifado por 40 anos e às muitas promessas não concretizadas pela maioria comunista que governa o município sadino há duas décadas.
Na primeira intervenção na Assembleia Municipal Extraordinária de terça-feira, o presidente do município, André Martins (CDU), revelou que, no conjunto do investimento privado nas várias áreas, as atividades do município “apontam para valores de investimento superiores a 3 mil milhões de euros nos próximos três anos”, considerando que se trata de “um desenvolvimento do concelho de Setúbal sem precedentes”.
O regresso do abastecimento de água à esfera pública e investimentos já aprovados na área da habitação no valor de 59 milhões de euros foram outros aspetos referidos pelo autarca da CDU.
André Martins reconheceu, no entanto, os problemas provocados pela transferência de competências do governo para os municípios na área da educação.
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“A transferência de competências para a Câmara Municipal na área da educação e tudo o que ela nos trouxe, em particular um conjunto de escolas comprovadamente entregues já bastante degradadas, tem de merecer, neste contexto, uma referência”, disse André Martins, acrescentando que, com as novas competências, vieram também para o município sadino mais 536 trabalhadores.
O autarca setubalense referiu ainda a crise dos bombeiros sapadores, em greve há cerca de um ano, mas agora com a perspetiva de um acordo com o município a curto prazo.
Por outro lado, André Martins alertou para o aumento dos encargos que as autarquias e os munícipes vão ter de suportar com a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), que era de apenas dois euros/tonelada em 2007, mas que tem vindo a subir de forma exponencial desde a privatização da EGF (Environmental Global Facilities), que está atualmente nos 25 euros e vai aumentar para 35 euros/tonelada, a partir de 2025.
Para os principais partidos da oposição, PS e PSD, o estado do município não só não melhorou nos últimos dois anos de gestão da atual maioria CDU, como tem vindo a degradar-se em diversas áreas.
O vereador socialista Paulo Lopes questionou também a concessão do estacionamento tarifado em grande parte da cidade de Setúbal por 40 anos, decidido pelo anterior executivo da CDU, bem como um sem número de promessas não concretizadas.
“Onde está o investimento prometido, mandato atrás de mandato, na nova biblioteca, onde está o Terminal 7, onde está o Centro Interpretativo do Mar, a Oficina das Artes e o novo Parque Verde da Várzea, com relvados, lagos, fontes e quiosques, como nos venderam e prometeram”, questionou Paulo Lopes.
“Onde está a conversão da praça de touros num pavilhão multiúsos, onde está o Centro Empresarial da IMAPARK, que iria albergar nos novos pavilhões espaços para a prática de desporto de alta competição e não só, onde está a tão publicitada cidade do conhecimento, onde estão os seus investidores e projetos, onde está a luxuosa marina, de 250 milhões de euros, feita por um investidor privado”, acrescentou o autarca socialista, enunciando muitas outras promessas não concretizadas pelas sucessivas maiorias CDU que governam o concelho há 20 anos.
Para Rui Lami, do PSD, “as compras da Praça de Touros Carlos Relvas e da IMAPARK, continuam, incompreensivelmente, a serem investimentos ociosos, não reprodutivos, e que não fazem parte do desenvolvimento concelhio”.
A demora nas obras de requalificação da avenida dos Ciprestes, uma das principais entradas da cidade de Setúbal, e o estreitamento de diversas vias para criar estacionamento tarifado, que provocam mais engarrafamentos no trânsito, também mereceram duras críticas do eleito social-democrata.
Apesar das críticas, Rui Lami disse que a maioria CDU tem andado bem na exigência de recuperação do troço urbano da linha de comboio para Praias-do-Sado e da inclusão do percurso fluvial Setúbal/Troia no passe Navegante.
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