//Sindicato alerta para saídas com “magnitude” na banca

Sindicato alerta para saídas com “magnitude” na banca

“É uma mudança de paradigma”. É assim que Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) classifica o processo em curso de novos despedimentos na banca. “Os bancos estão a acelerar ou a retomar os seus planos de reestruturação”, salientou ao DV, confimando que o sindicato reuniu nos últimos dois dias em plenário com os trabalhadores do Banco Montepio e do Santander.

Os dois bancos têm em marcha processos de redução do número de quadros e os números ainda não são conhecidos, mas Paulo Marcos deixou um aviso: ” esperamos que (o número de trabalhadores em causa) seja de alguma magnitude”. Daí haver também muito interesse por parte dos bancários em obter informações, numa altura em que as reuniões entre os trabalhadores selecionados e as direções de recursos humanos já começaram. “Estamos a ter a maior participação de sempre nestes plenários. São centenas de trabalhadores a participar”, referiu.

Dois bancos diferentes

Ontem, quarta-feira, foi dia de plenário com os trabalhadores do Santander. O banco emitiu um esclarecimento, na semana passada, sobre o processo, em que adiantou que “a política que tem sido seguida, e que continuamos a executar, é de as saídas serem feitas por acordo entre o banco e cada trabalhador. Não prevemos que durante o corrente ano se altere o número médio de colaboradores que sairão por acordo, reforma e pré-reforma”.

A reação surgiu depois de um alerta dos principais sindicatos do setor, ao terem conhecimento que o Santander “tem vindo a propor rescisões por mútuo acordo, tendo para esse efeito convocado os trabalhadores para a realização de reuniões, com um representante dos recursos humanos e um consultor externo”. “Estes Sindicatos não podem deixar de salientar que este procedimento massificado não se compagina com a prática que o Banco Santander sempre seguiu, sendo surpreendente numa Instituição que se tem notabilizado pelos lucros que, repetida e sistematicamente, obtém em Portugal”, alertaram.

No caso do Montepio, o plenário com os trabalhadores teve lugar na terça-feira. Segundo fonte oficial do banco, citada pela Lusa, “com base nos cenários analisados, estima-se um intervalo máximo indicativo de redução entre 600 a 900 colaboradores”. As saídas de trabalhadores serão feitas via reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo. O banco pediu ao Governo autorização para alargar a quota para trabalhadores que aceitarem deixar o banco poderem aceder ao subsídio de desemprego.