Partilhareste artigo
Os sindicatos bancários da UGT rejeitaram o aumento salarial de 4% proposto pelos bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), considerando insuficiente, disseram hoje em comunicado.
Relacionados
Mais Sindicato, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e SBN — Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal notam a evolução da posição dos bancos na reunião tida esta terça-feira, que passaram de propor aumentos de 3% para 4% nas tabelas e em todas as cláusulas de expressão pecuniária, mas continuam a considerar insuficiente.
“Apesar da evolução registada, mais uma vez os sindicatos responderam não”, referem em comunicado, argumentando quer com a taxa de inflação de 7,8% em 2022, quer com o compromisso havido no processo de revisão salarial de 2022 “de compensar o facto de a atualização salarial ter sido de 1,1% para uma inflação de 1,3% em 2021”.
Os sindicatos dizem ainda que “os resultados que os bancos têm vindo a comunicar são fabulosamente bons”, considerando que “chegou a hora de restituir aos bancários o que lhes tem sido negado, ou seja, a compensação do poder de compra perdido”.
No comunicado hoje divulgado, os sindicatos esperam que na próxima reunião os bancos apresentem uma proposta de aumento “que seja justa, merecedora e digna para os seus trabalhadores”.
Subscrever newsletter
Na proposta inicial, Mais Sindicato, Sindicato dos Bancários do Centro e SBN reivindicavam, para este ano, 8,5% de atualização de tabelas e cláusulas de expressão pecuniária.
O grupo negociador da banca, responsável pela revisão do ACT do setor, representa cerca de 20 instituições financeiras que atuam em Portugal, entre elas Santander Totta, Novo Banco e BPI.
Santander, BPI e Novo Banco já estão, desde janeiro, a pagar aumentos salariais de 4% (o mesmo valor agora proposto), enquanto ainda decorrem as negociações.
O BCP atualizou os salários e as pensões dos seus reformados em 3% por decisão unilateral, quando também ainda decorrem negociações salariais.
Na Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) acordou, em março, a revisão da tabela salarial, com um aumento de 76 euros para todos os níveis.
Entretanto, o sindicato denunciou que o banco público se recusa a aplicar o aumento extraordinário dos salários em 1% anunciado pelo Governo, considerando que com esta atuação a CGD demonstra “completa insensibilidade social aos motivos que estão por trás desta decisão, nomeadamente o reconhecimento do Governo da necessidade de uma rápida correção dos aumentos salariais já negociados pelo registo de uma inflação acima do que era previsto para 2023”, e apelou à intervenção do executivo.
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, este mês, questionado sobre se a CGD vai fazer novo aumento salarial, o presidente executivo, Paulo Macedo, recusou e disse que outras empresas do setor empresarial do Estado não pagam “20 milhões de euros aos trabalhadores em prémios”.
“A massa salarial aumentou muitíssimo mais do que a instrução do Governo”, afirmou ainda.
Deixe um comentário