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Os sindicatos bancários Mais, SBC e SBN afirmaram esta segunda-feira esperar “uma proposta digna” de aumento salarial por parte do BCP na próxima reunião de negociações, no dia 23, contestando os 2,5% apresentados na semana passada.
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Em comunicado, o Mais – Sindicato do Setor Financeiro e os sindicatos dos Bancários do Centro (SBC) e do Setor Financeiro de Portugal (SBN) recordam que “os resultados do BCP mais do que duplicaram em 2022 face ao ano anterior” e acusam o banco de “total desprezo” pelos trabalhadores “que tanto contribuíram para isso”, ao propor “uma esmola, ao invés da merecida recompensa pelo profissionalismo e sacrifício”.
“Mais, SBC e SBN esperam que o banco reconsidere e na próxima reunião de negociações apresente uma proposta digna”, sustentam os três sindicatos bancários da UGT.
Segundo recordam, o processo de revisão salarial no BCP iniciou-se na passada sexta-feira, “com o banco a insistir nos 2,5% apresentados na sua contraproposta aos 8,5% de reivindicação salarial dos sindicatos”.
“Infelizmente, nesta primeira reunião o BCP repetiu o discurso de anos anteriores. Face aos anunciados lucros de 2022 — 207,5 milhões [de euros], contra 138,1 milhões de 2021, ou seja, um aumento de 50,3% — o banco teve a desfaçatez de defender perante os sindicatos que tinha de ser prudente para garantir a sustentabilidade”, afirmam.
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Descrevendo o encontro como “surrealista” — “Afirmar saber que colaboradores motivados são mais produtivos, mas adiantar 2,5% de aumento salarial… é esse o seu conceito de motivação?”, questionam — Mais, SBC e SBN acusam o BCP de ter um “discurso miserabilista para entreter não se sabe quem”.
“O BCP argumentou não ter a mesma realidade que outras IC [instituições de crédito], nem um resultado líquido assim tão bom… duplicar os lucros de um ano para outro não é bom? O que mais pretendem a administração e os acionistas? Escravos em vez de trabalhadores? Contribuintes em vez de clientes?”, ironizam.
Considerando que “seria bom que o BCP não tivesse memória curta e se lembrasse que, quando os erros de gestão puseram o banco em risco e precisou dos sacrifícios dos trabalhadores estes estiveram lá, aceitaram cortes nos salários, ritmos de trabalho excessivos e horários prolongados, sem qualquer compensação”, os sindicatos lamentam que, “agora [que] são os trabalhadores que precisam de apoio para fazer face às dificuldades”, seja “o BCP [que] não os ajuda”.
“Para o Mais, o SBC e o SBN nada justifica a proposta salarial miserabilista do banco. E, por isso, esperam que na próxima reunião, agendada para o dia 23 de março, o BCP evolua e apresente uma proposta de aumentos digna e capaz de responder ao que os trabalhadores precisam e, sobretudo, merecem”, rematam.
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