//Sistema fiscal nacional afasta investimento

Sistema fiscal nacional afasta investimento

Simplicidade foi a palavra mais ouvida durante o debate que esta manhã juntou um conjunto de representantes de empresas e de associações de empresários na Conferência do Dinheiro Vivo “Covid, guerra, inflação: como deve adaptar-se a fiscalidade no OE2023”, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Os participantes no painel moderado pela diretora do DV, Joana Petiz, falavam do sistema fiscal nacional e da reforma necessária à sua simplificação. “O sistema fiscal português é complexo e afasta o investimento”, defende Pedro Ginjeira do Nascimento. Aliás, segundo o secretário-geral da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), este sistema comete três pecados capitais que é preciso combater. Por um lado, diz, penaliza o sucesso, o que está a motivar ainda mais a saída do país da chamada “geração mais qualificada de sempre”. Em segundo lugar, as taxas de IRC continuam a dificultar a vida às empresas. “Estamos encantados com os sete unicórnios de capital nacional, mas a verdade é que as suas sedes fiscais estão fora do país”, salienta. Por último, diz Pedro Nascimento, este “é um sistema fiscal muito caro, o que faz com que tenhamos os ricos mais pobres da Europa”.

Na opinião do secretário-geral da BRP, partilhada pelos restantes convidados do painel, “o que precisamos é de um choque fiscal, simplificado, e que deixe de penalizar o sucesso das organizações”. António Brigas Afonso acrescenta que “é preciso tornar o sistema fiscal mais simples e bem estruturado”. O ex-diretor-geral da Autoridade Tributária (AT) e das alfândegas recorda que Portugal não está bem classificado a este nível entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), comparando muito mal com os estados-membros mais bem classificados. Já João Manso Neto, CEO da Greenvolt, defende um choque fiscal em que a eficiência do papel do Estado seja repensada.