//Siza Vieira defende que “caixa das empresas melhorou” na pandemia

Siza Vieira defende que “caixa das empresas melhorou” na pandemia

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defendeu esta quarta-feira, numa videoconferência organizada pela Ordem dos Economistas, que a maior parte das empresas portuguesas melhorou a situação de caixa durante a pandemia, e que mesmo nos sectores de maior impacto da crise – turismo, comércio a retalho e cultura – foi possível manter “cash-flow” positivo em termos médios.

Numa sessão sobre “o efeito esperado do inevitável fim das moratórias”, o ministro da Economia procurou desdramatizar, enfatizando o volume de apoios públicos já concedidos – a fundo perdido e noutras medidas de liquidez, incluindo linhas de crédito e as mesmas moratórias – e considerando que, com estes, “a maior parte das empresas” nacionais “acabou por ter uma situação de caixa bastante robusta” ao longo do último ano em pandemia.

“A conjugação destas medidas de apoio ao fluxo de caixa operacional e ao fluxo de caixa financeiro significou que a caixa das empresas melhorou. É essa a avaliação que nos faz também o Banco de Portugal. Mesmo nos sectores mais afetados, conseguimos manter uma caixa positiva em termos médios”, defendeu.

Entre os indicadores destacados por Siza Vieira estão a subida do volume de poupanças das empresas, com mais nove mil milhões de euros em depósitos em fevereiro por comparação com o mesmo mês do ano passado, ao mesmo tempo que em alguns sectores há sinais de recuperação: as exportações de bens aumentaram 3,5% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, sem pandemia.

“Podemos encarar com bastante confiança o fim das moratórias em grande parte das empresas”, afirmou, juntando que da parte dos responsáveis bancários também não há notícia de “preocupações significativas”.

Os sectores do turismo, do comércio a retalho e da cultura são as únicas áreas de fragilidade onde o governo admite ser preciso procurar soluções face ao termo da moratória pública bancária, a 30 de setembro, e também ao fim do período de carência das linhas de crédito com garantia de Estado acionadas devido à Covid-19.