Portugal “tem uma grande disponibilidade para trabalhar com todos os países do continente africano” no desenvolvimento económico e, em particular, do setor energético, sublinhou hoje o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, à margem da abertura 21.º Fórum de Energia de África (AEF 2019). O governante lembrou também que o país se afirma como um “parceiro preferencial” para investidores da Europa, EUA e Ásia interessados em desenvolver tecnologias naquele território.
“Dada a nossa ligação histórica com vários países africanos, somos uma boa ponte de ligação entre outros países e os africanos”, referiu o governante durante o discurso de abertura daquele fórum, no Centro de Congressos de Lisboa. “Temos um papel a desempenhar, além dos países de língua portuguesa, com outros países da região”, disse, acrescentando que “Portugal pretende que, quando exercer a presidência da UE em 2021 o tema da agenda seja precisamente as relações entre a Europa e África”.
Considerando a grandeza do desafio no continente africano, devido ao crescimento da população em todo o território, Siza Vieira defendeu que “o que o potencial de crescimento económico precisa para poder ser afirmado é de um abastecimento de energia que seja seguro e acessível em termos de custo”.
Em relação a projetos de cooperação com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o ministro da Economia salientou o programa Compacto, lançado formalmente no ano passado, no Fórum de Investimentos em África, que se trata de um acordo com cada um dos países de língua portuguesa, pelo qual Portugal se dispõe, trabalhando com outras instituições, como por exemplo o Banco Africano de Desenvolvimento, a portar financiamento para o desenvolvimento destes países.
Durante o discurso de abertura AEF 2019, Pedro Siza Vieira enalteceu também o progresso feito em Portugal ao nível das energias renováveis, com a aprovação, na semana passada, do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, no qual são apresentadas medidas para concretizar o compromisso de redução das suas emissões de gases com efeito de estufa, por forma que o balanço entre as emissões e as remoções da atmosfera seja nulo em 2050. “Eu nasci num país onde a eletricidade não chegava a todo o território”, começou por dizer Pedro Siza Vieira, salientando, de seguida, o “longo caminho” percorrido por Portugal até chegarmos ao que considerou um “sofisticado sistema elétrico”.
O AEF 2019 decorre até sexta-feira, no Centro de Congressos de Lisboa, e conta com a participação de vários ministros, secretários de Estado, altos dirigentes de vários ministérios e investidores do setor da Energia de diversos países, para apresentarem estratégias para o desenvolvimento do setor energético nos seus países, destacando as oportunidades de parceria para as empresas do setor. Com Lusa
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