//Só 35% dos trabalhadores do Estado vão ter aumentos acima da inflação 

Só 35% dos trabalhadores do Estado vão ter aumentos acima da inflação 

Apenas 35 % dos trabalhadores do Estado vão ter aumentos acima da inflação média anual de 2022, que se fixou em 7,8%. Dos mais de 742 mil funcionários públicos, cerca de 260 mil terão incrementos remuneratórios superiores ou iguais a 8%, somando a subida suplementar de 1% no ordenado com a atualização do subsídio de refeição em 0,80 euros para 6 euros, que terão efeitos retroativos a janeiro deste ano, revelou esta quarta-feira a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires. O pagamento será feito em maio.

Isto significa que a maioria, cerca de 482 mil funcionários públicos, ou 65% do total, vão ter incrementos abaixo do índice de preços de 2022, ou seja, vão voltar a perder poder de compra este ano.

A produção de efeitos das duas medidas a janeiro era uma das reivindicações da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), ambos afetos à UGT, e foi atendida pelo governo. Terá um custo de 389 milhões de euros. São mais 82 milhões de euros face aos 304 milhões estimados pelo executivo, caso os aumentos fossem pagos apenas a partir de abril, indicou a governante à saída de mais uma ronda negocial com três sindicatos representativos do Estado (Fesap, Frente Comum e STE). Feitas as contas, o governo apenas vai gastar 5,5% ou 82 milhões de euros da folga orçamental de 1,5 mil milhões de euros gerada pela melhoria do défice do ano passado, que mingou dos 1,9% previstos para 0,4%.