//Soluções para o desperdício alimentar e para travar doenças nas articulações. E tendas biónicas para refugiados

Soluções para o desperdício alimentar e para travar doenças nas articulações. E tendas biónicas para refugiados

Na segunda edição do concurso, destacaram-se uma tenda biónica, uma solução para deslocados, como refugiados, um projecto que cria novos produtos alimentares com aproveitamento de desperdício alimentar, um composto que pode gerar um medicamento para travar doenças artríticas e uma plataforma que concilia trabalho e lazer.

Nautilus: Um abrigo portátil para migrantes

Segundo o Alto Comissariado para os Refugiados, no ano passado foi atingido um número recorde de refugiados, o valor mais alto dos últimos 20 anos – mais de 70 milhões de pessoas, registadas. Além de faltarem abrigos, começa também a escassear água limpa.

Para responder a estes números, Inês Secca Ruivo e Cátia Bailão Silva criaram a tenda biónica, que também pode ser comercializada para o público em geral.

A tenda Nautilus é “um abrigo facilmente transportável de forma confortável”, graças a alças ergonómicas, é facilmente montada e desmontada, tem capacidade para uma ou duas pessoas e tem um design atrativo.

A grande vantagem adicional, é o tecido de que é feita – tem “propriedades hidrofílidas e hidrofóbicas, que permite a recolha, recuperação e conversão da humidade ambiental em água limpa e segura para ingestão, bem como seu armazenamento e transporte”. Uma solução para a escassez de água potável, entre a população refugiada ou mesmo noutros contextos.

O projecto arrancou em 2015, com a tese de mestrado de Cátia Bailão Silva. O objectivo é produzir e distribuir as tendas Nautilus em 2022.

O Nautilus venceu na categoria “Materiais e Tecnologias Avançadas de Produção”, pela Universidade de Évora.

PXA4: um potencial medicamento para a Osteoartrose e outras doenças da idade

A Osteoartrose é a forma mais comum de artrite, estima-se que afete atualmente 90 milhões de pessoas no mundo, com mais de 630 mil milhões de euros de despesas por ano. Em 2050 deverá atingir 130 milhões de pessoas.

Está associada ao avanço da idade, mas afecta cada vez mais jovens, sobretudo praticantes de desporto. São doenças muito incapacitantes, mas podem ser travadas. É esse o objectivo deste projecto, um composto natural encontrado por alunos e docentes/investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

O PXA4 “ativa o mecanismo celular que trava a evolução dos danos causados pela idade”. Já foi testado in vitro, “com bons resultados”. Neste momento, decorrem “estudos pré-clínicos de segurança e eficácia e em várias aplicações”, antes de avançarem para os ytestes em animais.

O ProtexAging venceu na categoria “Saúde e Bem-Estar”, pela Universidade de Coimbra.

Acabar com o desperdício da indústria alimentar, com retorno de milhões

A indústria alimentar é responsável por muito do desperdício que todos os anos acaba no lixo, falamos de milhões de toneladas. Além do que vai para os aterros, as empresas do setor gastam ainda milhões no tratamento e depósito. Pagam para deixar o ambiente pior e o próprio orçamento da empresa.

O projeto AgroGrin TECH quer resolver este problema, com uma técnica completamente verde e amiga do ambiente, que “transforma o desperdício em novos produtos a serem reintroduzidos na agroindústria”.

A tecnologia já está patenteada e pode ser aplicada em várias áreas no sector alimentar. Actualmente, a equipa de investigação da Universidade Católica Portuguesa do Porto (Escola Superior de Biotecnologia), está focada na indústria da fruta.

Já existe um trabalho desenvolvido na empresa Nuvifruits, que gera todos os anos 385 toneladas de desperdício. Transformam a casca de ananás em produtos como enzimas ou farinhas, que podem depois ser vendidos a outros sectores, como o de produção de carnes. O retorno potencial está avaliado em 1 milhão de euros.

O AgroGrin TECH venceu na categoria “Recursos Naturais, Ambiente e Alterações Climáticas”, pela Universidade Católica Portuguesa.

BackBone para conciliar bem estar e trabalho

Num mundo cada vez mais competitivo, os mentores deste projecto acreditam que falta espaço e tempo para o desenvolvimento pessoal. Esta plataforma online nasceu para “capacitar jovens, dos 15 aos 30 anos, a desenvolverem as suas competências sociais por intermédio de iniciativas coletivas de aprendizagem experiencial”.

A BackBone oferece serviços, “experiências criadas em conjunto, eventos, masterclasses, formação de equipas, mentoria, entre outros”. Estão “direcionados a pessoas ou empresas”, com o objectivo de contribuírem para a criação de “uma comunidade de jovens com ideias próprias”, para fortalecer “as competências pessoais mais valorizadas no atual mercado do trabalho”.

O BackBone venceu na categoria “Turismo, Indústrias Culturais e Criativas”, pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Este ano concorreram 30 projectos, representativos de instituições superiores públicas e privadas.

Os quatro vencedores, assim como os três que ganharam no ano passado, vão participar num programa de Aceleração Tecnológica de três meses, “BfK Rise”, da Agência Nacional de Inovação.

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