//Standard & Poor’s mantém risco de Portugal mas deixa alertas

Standard & Poor’s mantém risco de Portugal mas deixa alertas

A agência de rating Standard & Poor’s manteve a notação da dívida de longo prazo em ‘BBB’, em nível de investimento, e a perspetiva positiva, o que reflete “a capacidade de assumir” os compromissos externos.

“A perspetiva positiva reflete a nossa visão de que a capacidade de Portugal assumir o seu alto stock de compromissos externos continua a aumentar, apesar dos mercados financeiros globais incertos”, pode ler-se numa nota de análise.

A perspetiva positiva “também reflete o crescimento médio real do PIB [Produto Interno Bruto], que, nos 2,6% desde 2016, iguala o de Espanha e coloca Portugal uma das economias em mais rápido crescimento na Europa ocidental – apesar de agudamente vulnerável a choques externos, particularmente através do turismo”.

A S&P refere ainda que os passos dados pelo Banco Central Europeu (BCE) para ter uma política monetária uniforme na zona euro e eliminar riscos de refinanciamento “ajudaram a recuperação de Portugal, liderada pelas exportações”.

“A introdução de taxas negativas nos depósitos pelo BCE, no passado, e o relançamento do programa de compra de ativos deve, para além disso, permitir ao setor privado português gerir um ‘pano de fundo’ económico mais complicado a nível global e doméstico”.

Refere ainda que cerca de 40% da dívida externa portuguesa de curto prazo corresponde a compromissos do Banco de Portugal junto do BCE, que na opinião da agência “não está sujeita a riscos de financiamento”.

“Excluí-la do nosso cálculo dos rácios externos de Portugal colocaria pressão nos nossos ratings [notação] de BBB/A-2″, respetivamente notações de longo prazo e curto prazo.

A agência financeira que, caso acredite que “o risco de refinanciamento externo aumente, ou caso haja uma inesperada e sustentada deterioração na performance orçamental e de crescimento”, poderá rever a perspetiva de positiva para estável.

A última alteração da S&P a Portugal ocorreu em 13 de setembro de 2019, passando de ‘estável’ para ‘positiva’ a perspetiva, mas mantendo o rating da dívida de longo prazo em ‘BBB’.

Em 17 de janeiro deste ano, a Moody’s manteve a notação financeira de Portugal em ‘Baa3’, acima de ‘lixo’, e a perspetiva em positiva, sendo assim a única agência de rating a deixar a dívida de longo prazo de Portugal apenas um nível acima da categoria de não investimento.

Em 22 de novembro de 2019, a Fitch tinha mantido o rating em ‘BBB’, o segundo nível da categoria de investimento, com perspetiva positiva.

A 4 de outubro, a agência de notação financeira canadiana DBRS melhorou o rating da dívida soberana de Portugal de ‘BBB’ para ‘BBB alto’, com perspetiva estável.

O rating é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.

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