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A agência de notação financeira Standard & Poor’s melhorou hoje a perspetiva da dívida soberana portuguesa de estável para positiva, mantendo o ‘rating’ em ‘BBB+’.
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No relatório da ação de ‘rating’, divulgado esta sexta-feira, a Standard & Poor’s (S&P) justifica a decisão com a convicção da agência “de que a posição orçamental e externa de Portugal irá melhorar gradualmente, em percentagem do PIB [Produto Interno Bruto] e das receitas das exportações, apoiadas pelo turismo e pelos investimentos ao abrigo de grandes fundos” da União Europeia (UE).
“A elaboração de políticas pragmáticas e prudentes irá, na nossa opinião, apoiar uma redução acentuada da dívida pública”, adianta.
A decisão da S&P surge depois de em março ter reafirmado a avaliação à dívida soberana portuguesa, após em setembro do ano passado ter subido o ‘rating’ de ‘BBB’ para ‘BBB+’, com perspetiva estável.
A agência explica que poderá melhorar as classificações de Portugal, nos próximos 24 meses, “se a posição externa do país se fortalecer”, nomeadamente através de uma redução nas necessidades de financiamento externo ou na dívida externa de curto prazo, ou se o crescimento económico for “significativamente mais forte” do que o previsto atualmente.
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Por outro lado, poderá rever a perspetiva de positiva para estável se as melhorias projetadas na posição externa da economia e na posição orçamental não se concretizarem.
“Isto poderá ocorrer se, por exemplo, a balança corrente de Portugal se deteriorar acentuadamente ou se a dívida pública não diminuir devido a pressões de despesa”, avisa.
A agência realça que a perspetiva positiva do ‘rating’ de Portugal reflete projeções de um crescimento económico robusto, “que sustentam um forte desempenho orçamental e externo”, considerando que “deverá permitir a Portugal continuar a reduzir a dívida pública e reforçar a posição externa”.
“Apesar dos ventos contrários decorrentes da inflação elevada e do crescimento moderado na Europa, a economia de Portugal deverá expandir-se 2,5% em termos reais em 2023”, prevê, salientando que “este valor é superior ao de outros pares europeus” e “sinaliza a resiliência da economia portuguesa”, beneficiando do efeito de arrastamento, do pacote de apoio do Governo e das “fortes exportações líquidas, especialmente do turismo”.
“A economia continuará a crescer em 2024-2026, graças a investimentos financiados por grandes fundos da UE, a uma recuperação do consumo privado à medida que a inflação diminui e a um desempenho robusto do turismo”, projeta.
A S&P acredita que Portugal “está no bom caminho” para alcançar um excedente orçamental este ano e que em 2024-2026 “o Governo provavelmente continuará a registar excedentes orçamentais, embora mais pequenos, à medida que o aumento da inflação nas receitas se desvanece e persistem algumas pressões sobre as despesas, sobre salários e pensões, por exemplo”.
“As subvenções da UE financiarão uma grande parte do investimento público, neutralizando os seus efeitos em termos orçamentais”, assinala.
De acordo com o calendário das agências, a próxima a pronunciar-se sobre Portugal é a Fitch em 29 de setembro, seguida pela Moody’s em 17 de novembro.
O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
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