Partilhareste artigo
A subida das taxas de juro travou os empréstimos à habitação em 2022, revelou o Banco de Portugal esta sexta-feira.
Relacionados
No final de 2022, os bancos nacionais emprestaram um total de 100.3 mil milhões de euros às famílias para a compra de casa. O valor corresponde a um crescimento de 3,6% (mais 3,4 mil milhões de euros), face ao ano de 2021. Contudo, o crescimento poderia ter sido maior não fosse o agravamento das taxas de juro.
“A evolução diferiu ao longo do ano: no primeiro semestre, a concessão de empréstimos acelerou e, a partir da segunda metade do ano, num contexto de subida das taxas de juro, abrandou consecutivamente. Este movimento de desaceleração foi semelhante ao registado na área do euro, conforme se observa no gráfico abaixo”, explicou o BdP numa noto publicada no seu site.
A desaceleração registada nos empréstimos à habitação, em Portugal, “foi semelhante” ao registado na zonado euro, onde o valor dos empréstimos concedidos para a habitação subiu 4,4%.
Subscrever newsletter
Por outro lado, se for tido em conta apenas o valor global dos empréstimos concedidos em 2022 (100,3 mil milhões), o valor registado representa um máximo desde abril de 2015.
Os empréstimos ao consumo, por sua vez, aceleraram 6% no final de 2022, depois de um crescimento de 2,4% registado no final de 2021.
Ao mesmo tempo que o Banco de Portugal registou um abrandamento dos empréstimos para habitação e uma aceleração do crédito ao consumo, o supervisor da banca observou que os depósitos das famílias desaceleraram pelo segundo ano consecutivo.
No final de 2022, o montante total dos depósitos das famílias nos bancos era de 182,4 mil milhões de euros, mais 9,6 mil milhões do que no final de 2021.
“À semelhança dos empréstimos concedidos aos particulares, também o crescimento dos depósitos tem vindo a desacelerar: de 8,1% em 2020 abrandou para 6,6% em 2021 e para 5,4% em 2022. Neste último ano, o abrandamento foi mais expressivo nos meses de novembro e dezembro”, refere o BdP.
Empréstimos a empresas desceu, mas depósitos subiram
Os mesmos dados do Banco de Portugal, quanto às empresas, refletem um crescimento de 9,1% dos depósitos, para 67,3 mil milhões de euros. Já os empréstimos registaram um abrandamento.
No final de 2022, os empréstimos concedidos pelos bancos às empresas era de 75,4 mil milhões de euros, menos 300 milhões de euros do que no final de 2021.
“Desde o início de 2021 que o crescimento destes empréstimos tem vindo a abrandar: de 9,7% em 2020, para 4,2% em 2021 e para 0,6% em 2022”, notou o BdP, explicando que em 2022 “apenas os empréstimos concedidos às microempresas apresentaram um ritmo relativamente constante”.
“Os empréstimos às grandes empresas desaceleraram ao longo do ano – estavam a crescer 6% no início do ano, mas apenas 0,7% em dezembro – e os empréstimos concedidos às pequenas e médias empresas decresceram, respetivamente, 2,4% e 2,3%”, lê-se.
Deixe um comentário