//TAP. Groundforce anuncia falta dinheiro para salários este mês

TAP. Groundforce anuncia falta dinheiro para salários este mês

Mais de dois mil funcionários da Groundforce estão com os salários de fevereiro em perigo. A empresa que faz a assistência em terra anunciou que tem dinheiro para pagar os ordenados no final deste mês.

“Estamos a viver tempos de enorme dificuldade, que se refletem fortemente no número de movimentos, no número de passageiros assistidos, na receita da empresa e também nos recebimentos”, indica o comunicado do conselho de administração, garantindo que “tem trabalhado sem cessar para que os efeitos desta crise sejam os mais diminutos possíveis”.

As remunerações estavam a ser asseguradas pela TAP, que este mês deixou de poder continuar a pagar.

Ainda assim, e porque os fundos do empréstimo bancário deverão ser desbloqueados nos próximos 15 dias, a maior empresa de handling do país revela que conta proceder ao pagamento dos salários nessa altura.

Pilotos e Pessoal de Voo votam acordo

Chegou o dia em que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) vão votar os acordos de emergência na TAP, desenhados para ajudar na reestruturação da companhia.

O SNPVAC decidiu avançar com a votação eletrónica, depois de ter adiado o processo, inicialmente previsto para segunda-feira (dia 22).

Numa nota interna do presidente da mesa da assembleia geral a que a Lusa teve acesso, o sindicato refere que o processo decorrerá das 9h00 às 21h00.

“O universo de associados abrangido corresponde a todos os associados efetivos no ativo e aos associados com contratos a termo cujo contrato de trabalho ainda esteja em vigor no momento em que ocorrer a votação, aos quais seria permitido votar caso a matéria laboral em causa estivesse a ser votada numa Assembleia Geral”, lembra a estrutura.

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O SNPVAC anunciou, em 6 de fevereiro, um acordo coletivo de emergência com a TAP, após 10 horas de reunião com a empresa, em que as partes acordaram reduzir os despedimentos para 166 tripulantes, face aos 746 inicialmente previstos, no âmbito do processo de reestruturação da companhia.

O acordo alcançado com os tripulantes prevê ainda cortes salariais de 25% em 2021, 2022 e 2023, ao passo que, em 2024, a redução é de 20%.

No entanto, os cortes na remuneração não afetam salários inferiores a 1.330 euros, exceto em 2021, em que o limite sem redução é de 1.200 euros, acrescidos de seis dias por mês de uma variável retributiva.

As partes também acordaram que a tripulação prestará serviço a bordo, no entanto, este poderá ser “ajustado e adequado às tripulações agora definidas”, e “será criada uma comissão para acompanhamento das novas cargas de trabalho e do serviço geral a bordo”.

A redução do período normal de trabalho será transversal a todos os tripulantes: 15% em 2021, 10% em 2022 e 5% em 2023.

Na sexta-feira foi também conhecido que o Sindicato de Pilotos da Aviação Civil (SPAC) desconvocou a assembleia-geral prevista para sábado, na qual iria votar o acordo de emergência na TAP, adiando-a também para hoje, devido a “algumas fragilidades técnico-informáticas”, segundo uma mensagem interna.

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De acordo com a mesma nota, “este aspeto está já salvaguardado, estando a ser ultimados os testes técnicos necessários da segurança de todo o procedimento”.

Além disso “são sensíveis quer para o presidente da mesa quer para a direção aspetos da argumentação transmitida pelos Srs. associados na última assembleia informativa”, lê-se na mesma nota.

“Fazendo uso da competência geral do PMAG [presidente da mesa da assembleia geral] para a direção dos trabalhos da assembleia de empresa, determino, a desconvocação da assembleia convocada” para este sábado, adiantou, na mesma comunicação. .

“A Assembleia será, nestes termos, oportunamente reconvocada, com os requisitos estatutários, para o próximo dia 26 de fevereiro, pelas 10h30”, adiantou o SPAC.

O acordo entre o SPAC e a TAP prevê reduções salariais entre 50% e 35%, entre 2021 e 2024, que já incluem o corte transversal de 25% aplicado a todos os trabalhadores.

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Segundo o acordo de emergência enviado aos associados, este abrange 1.252 pilotos e prevê a redução salarial de 50% (2021), de 45% (2022), de 40% (2023) e de 35% (2024), correspondendo “a uma redução transversal a todos os trabalhadores da TAP no montante de 25%, e um adicional de 25% em 2021, [de] 20% em 2022, [de] 15% em 2023 e [de] 10% em 2024, que visa a manutenção de postos de trabalho” e com efeitos retroativos em 01 de janeiro deste ano.

No sábado, o Governo anunciou que a TAP ia avançar em 1 de março, preventivamente, com o regime sucedâneo, uma solução unilateral enquanto aguarda a decisão do SPAC e do SNPVAC sobre o acordo de emergência.

O regime sucedâneo permite aplicar de forma unilateral, entre outras medidas, a suspensão total ou parcial das cláusulas dos acordos de empresa.

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