//TAP. Pedro Nuno Santos espera que Bruxelas aprove plano de restruturação nos “próximos dias” ou “semanas”

TAP. Pedro Nuno Santos espera que Bruxelas aprove plano de restruturação nos “próximos dias” ou “semanas”

O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse esta segunda-feira que as negociações do plano restruturação da TAP com a Comissão Europeia (CE) encontram-se encerradas, esperando que seja aprovado por Bruxelas “nos próximos dias” ou “nas próximas semanas”.

“O plano de restruturação está […] já não em negociação com a Comissão Europeia, com Direção-Geral da Concorrência. Esperemos que nas próximas semanas […] – se não nos próximos dias – termos novidades”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista à TVI24.

De acordo com o governante, há um trabalho que foi “feito com a Comissão [Europeia] e que foi sendo feito”, adiantando que o Governo não controla tudo.

“Esperemos que em breve prazo possamos tê-lo aprovado pela Comissão Europeia”, reiterou.

Pedro Nuno Santos explicou ainda que a TAP “está a passar por um processo de restruturação, pelo qual nunca tinha passado na sua história”.

“Tínhamos quase 10 mil trabalhadores e estamos, neste momento, com cerca de 7.000 trabalhadores. Se isto não é uma restruturação é o quê?”, questionou o ministro, referindo que a empresa irá perder “um quarto da força de trabalho”, com a saída de 2.400 trabalhadores.

O governante salientou também que, até dezembro, a empresa vai perder cerca de duas dezenas de aviões.

“A TAP, até ao final do ano, vai ter menos 20 aviões do que no início de 2020, entre vendas e devoluções. Passamos de 108 para 88 aviões. Hoje já temos menos rotas. Temos uma empresa que já reduziu quase 25% da sua força de trabalho, temos pilotos com cortes salariais de 50%, com os trabalhadores com corte de 25% nos seus salários, menos 2.400 trabalhadores, menos rotas, menos voos”, explanou.

Pedro Nuno Santos acrescentou que o Governo está a “salvar uma empresa determinante para a economia portuguesa”, com o plano de restruturação na TAP.

Em dezembro do ano passado, o Governo entregou à Comissão Europeia (CE) a proposta inicial do plano de restruturação da TAP, que prevê para o próximo ano um auxílio do Estado de 970 milhões de euros.

De acordo com um comunicado conjunto dos ministérios das Infraestruturas e da Habitação e das Finanças, “foi entregue em 11 de dezembro à Comissão Europeia uma proposta inicial do plano de reestruturação da TAP, ao abrigo da Diretiva Europeia que regulamenta os auxílios de Estado”.

O executivo também deu conta de que está previsto “que em 2021 a TAP venha a necessitar de um apoio de Estado de 970 milhões de euros”.

O Governo acrescentou que o documento enviado para Bruxelas “incorpora uma transformação significativa da operação” da companhia aérea, de modo a “garantir a viabilidade e sustentabilidade” a “médio prazo”.

A entrega desta proposta de plano de restruturação foi imposta por Bruxelas como condição para aprovar o auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à companhia aérea.

Fonte oficial do Ministério das Infraestruturas disse que o Governo entregou plano de reestruturação exigido por Bruxelas, no âmbito do apoio estatal de até 1.200 milhões de euros, aprovado pela Comissão Europeia, em 10 de junho de 2020.

A partir daquela data, a companhia tinha seis meses para apresentar um plano de reestruturação que demonstrasse que a empresa tinha viabilidade futura, uma vez que a Comissão Europeia entendeu que a companhia já se encontrava numa situação financeira difícil antes da pandemia de Covid-19, não sendo, assim, elegível para apoios específicos para empresas que estejam a sofrer os impactos da crise sanitária.

A elaboração do plano ficou a cargo da consultora Boston Consulting Group (BCG), escolhida pela companhia aérea.

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