A taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação atingiu pela primeira vez os 1%, em janeiro deste ano, caindo dos 1,011% registados em dezembro.
Há seis meses consecutivos que a taxa de juro está em queda. “Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 1,065% para 1,090%”, adianta o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Acrescenta que, em janeiro, “o capital médio em dívida aumentou 148 euros, fixando-se em 53.608 euros. A prestação média desceu um euro, para 247 euros”. “Deste valor, 45 euros [18%] correspondem a pagamento de juros e 202 euros [82%] a capital amortizado”, refere o INE.
Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 105.127 euros, um aumento de 2.189 euros face ao valor registado em dezembro. Nestes contratos, o valor médio da prestação desceu 28 euros, para 337 euros.
Desde julho de 2019 que a taxa de juro implícita no crédito à habitação tem vindo a descer. Já o capital médio em dívida sobe desde fevereiro do ano passado.
DECO deixa alertas
Para Nuno Rico, economista da DECO, a descida da taxa de juro implícita é explicada pela manutenção das taxas Euribor num nível baixo e pela forte concorrência dos bancos na oferta de crédito à habitação.
“Os bancos continuam a facilitar a concessão de crédito”, afirmou o economista da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.
Uma das consequências do aumento de concorrência nas ofertas de crédito tem sido uma descida dos spreads dos contratos.
Nuno Rico alerta os consumidores que estão a pensar contratar um crédito à habitação que tenham em conta que as taxas Euribor, que servem de referência para os empréstimos, estão em mínimos e deverão voltar a subir.
“Uma prestação mensal que hoje é comportável, dentro de uns anos pode já não o ser”, afirmou.
A taxa Euribor a seis meses, que é a mais utilizada em Portugal nos contratos de créditos à habitação, desceu esta terça-feira 0,005 pontos, para -0,358%. A taxa registou o mínimo histórico a 3 de setembro de 2019, nos -0,448%.
O economista alertou ainda para o facto dos imóveis em algumas zonas do país estarem sobreavaliados, havendo o risco de, no futuro, os proprietários estarem a pagar um empréstimo por um imóvel que não vale o montante foi financiado pelo banco.
Atualizada às 17H27 com mais informação
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