Comprar casa está cada vez mais caro. Prova disso é que a taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou-se nos 4,089% em agosto, o que não só traduz uma subida de 21,1 pontos base face a julho, como também figura o valor mais elevado desde março de 2009, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A escalada da Euribor, que serve de referência à prestação da casa no caso dos créditos à habitação contratados a uma taxa variável (três, seis ou 12 meses), não tem dado tréguas às famílias. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, aliás, a taxa de juro média paga pelas mesmas subiu de 4,173% para 4,331%, tocando máximos desde abril de 2012.
Para o destino de financiamento “aquisição de habitação”, o mais expressivo no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita ascendeu a 4,067%, aumentando em 20,9 pontos base face a julho. Tendo em conta a média dos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu 15,9 pontos, fixando-se em 4,320%.
A prestação média mensal, que tem em consideração a totalidade dos contratos, também cresceu, situando-se nos 379 euros em agosto, mais nove euros do que em julho e mais 111 euros do que em agosto de 2022, ou seja, um acréscimo superior a 41%, no espaço de um ano. Deste valor, 216 euros (57%) correspondem a pagamento de juros e 163 euros (43%) a capital amortizado.
No ano passado, precisamente por esta altura, a componente dos juros pesava “apenas” 19% do valor médio da prestação, que era de 268 euros por mês. Já considerando os contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 19 euros face ao mês anterior, para 623 euros em agosto – em termos homólogos, a subida foi de 40%.
Ainda em agosto, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 185 euros relativamente ao mês anterior, cifrando-se em 63 740 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida diminuiu e foi de 122 964 euros, menos 134 euros do que em julho.
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