//Técnicos de espetáculos com perdas de 30 milhões em dezembro

Técnicos de espetáculos com perdas de 30 milhões em dezembro

A época das festas costuma ser uma altura de muito trabalho para os técnicos de eventos, mas o agravar da situação pandémica está de novo a ter impacto no setor. São muitos os eventos que foram adiados ou mesmo cancelados. A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) estima perdas de 30 milhões de euros só em dezembro.

Sem festas de Natal, Passagem de Ano e outros eventos, a APSTE refere em comunicado que os “eventos não estão proibidos, mas não acontecem ou são cancelados”. Para o ano, os empresários desta área antecipam já “quebras de 90% dos trabalhos previstos para janeiro e fevereiro”.

Face a estes recuos, a APSTE alerta para a falta de apoios ao setor e reivindica medidas como “a reavaliação do programa APOIAR, cujos fundos considera insuficientes, ou a extensão das moratórias, de forma a colmatar as dificuldades financeiras enfrentadas por mais de duas centenas de empresas do setor de serviços técnicos de eventos”.

Em causa estão “cerca de 1.500 postos de trabalho diretos e 3.000 indiretos”, indica a APSTE em comunicado. No balanço do ano de 2020, os técnicos de eventos dizem que “o setor continua a lutar pela sobrevivência, com quebras gerais a rondar os 80% desde março de 2020”.

Covid-19. "Réveillon" a Norte com reservas entre os 25% e os 95%

O presidente da APSTE lança uma acusação: “as atuais medidas protegem os decisores políticos, porque não existem limitações diretas ao setor além da obrigatoriedade de teste em todos os eventos, o que já de si é condicionante. Mas a verdade é que os eventos não estão a acontecer numa fase essencial para as nossas empresas, o que indiretamente quebra o nosso sustento”, afirma.

Segundo Pedro Magalhães, “muitas empresas contavam com este período para recuperarem alguma da sua liquidez e salvar as suas equipas, mas tal não aconteceu, com enormes prejuízos financeiros e humanos”.

São muitas as autarquias que cancelaram os festejos de Ano Novo. A APSTE manifesta-se, no entanto, satisfeita com as Câmaras que “mantiveram os eventos de forma ajustada às restrições, por exemplo, com bilhetes e controlo de entradas ou multipostos de fogo-de-artifício para assistir em casa”.

A associação criada em plena pandemia refere ainda que “o fim das moratórias foi também um golpe para as empresas do setor, que ainda não normalizaram a sua atividade e se encontram em fase de difícil recuperação, depois de longos períodos sem trabalho”.

Com críticas à tutela, o presidente da ASPTE diz que “anunciar medidas como o pagamento de impostos a prestações é atirar areia para os olhos do nosso setor”. Pedro Magalhães recorda: “se nem estamos a faturar, não temos impostos para pagar” e pede “mais ajudas” para o setor.

Lisboa cancela fogo de artifício na passagem de ano

Seixal mantém fogo de artifício no fim de ano

Numa altura em que, nas principais cidades do país, as festividades de passagem de ano estão a ser canceladas e a DGS recomenda especial precaução devido ao aumento exponencial dos contágios de Covid-19, a autarquia do Seixal indica que vai manter a festa de réveillon.

A Câmara refere, em comunicado, que irá realizar a festa “cumprindo todas as normas da Direção-Geral da Saúde” e que “todas as freguesias do concelho vão ter fogo de artifício”.

A isto soma-se um concerto ao vivo do músico Carlão, que terá lugar na zona ribeirinha de Amora, a partir das 22 horas do dia 31 de dezembro. A autarquia explica que a “entrada é livre até à lotação do recinto, de 1.200 lugares, cumprindo o rácio definido pela DGS”.

“O acesso ao recinto pressupõe a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital Covid da UE nas modalidades de teste ou de recuperação ou de outro comprovativo de realização laboratorial de teste com resultado negativo”, informa a Câmara do Seixal. A isto acresce o uso obrigatório de máscara.

Joaquim Santos, o presidente da autarquia do Seixal, considera que, “cumprindo todas as diretivas da DGS, é possível a realização de espetáculos culturais e desportivos e celebrar a entrada num novo ano que signifique a superação da pandemia da Covid-19”.

DGS corrige: é necessário um teste negativo para eventos culturais

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