//Teixeira dos Santos responde a Pinhal: “Não sou padrinho para dar bênçãos”

Teixeira dos Santos responde a Pinhal: “Não sou padrinho para dar bênçãos”

Fernando Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças do governo de Sócrates, respondeu esta quarta-feira ao ex-administrador do BCP, Filipe Pinhal, afirmando que não é “padrinho para dar bênçãos”.

Pinhal tinha acusado Teixeira dos Santos de ser um dos membros do “triunvirato” que deu “bênção” ao ‘assalto ao poder’ no BCP em 2007. Os restantes membros seriam o então primeiro-ministro, José Sócrates, e o ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio.

A resposta de Teixeira dos Santos surgiu hoje, através de uma declaração escrita que leu na audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O ex-governante acusou Filipe Pinhal de não ter “credibilidade” e disse que o banqueiro está a tentar limpar o seu nome “com base em presunções, impressões e opiniões”. “Não posso aceitar de forma alguma que queira limpar a sua imagem sujando a de outros e muito menos a minha”, afirmou Teixeira dos Santos.

O antigo ministro das Finanças foi responsável pela nomeação de Armando Vara e Carlos Santos Ferreira para a administração do banco público. No seu mandato, aprovaram créditos a acionistas do BCP, incluindo a José Berardo, quando decorria uma luta pelo poder no maior banco privado português, empréstimos que resultaram em perdas para a Caixa. Ambos acabaram por sair da CGD e transitar diretamente para a administração do BCP, no início de 2008.

Teixeira dos Santos negou que tivesse tido indícios da CGD estar envolvida num plano de ‘assalto ao BCP’. “Nunca me apercebi que a CGD fosse parte interveniente nessa disputa”, afirmou.

“Nunca tive ter quaisquer indícios ou quaisquer razões para suspeitar haver uma agenda escondida” por parte de Santos Ferreira e Vara, disse aos deputados.

Adiantou que sabia que “havia operações” de tomada de posição acionista no BCP, mas afirmou que não estava em causa “uma ação concertada, se é que a havia”.

“Fiquei surpreendido porque nunca tive qualquer sinal de que havia qualquer conspiração no sentido de levar a administração da Caixa para o BCP. Nunca me apercebi desses sinais. Fiquei surpreendido”, garantiu o ex-governante repetindo que “não havia nada”.

Atualizada às 23H40 com mais citações de Teixeira dos Santos

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