Fernando Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças, afirmou esta quarta-feira que o então primeiro-ministro, José Sócrates, alertou que a nomeação de Armando Vara para a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) iria gerar “ruído mediático”.
“(Sócrates) perguntou se tinha a certeza em relação ao nome de Armando Vara”, disse Teixeira dos Santos na segunda audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD.
“A preocupação que manifestou era de que a nomeação do Dr. Armando Vara seria algo que, politicamente, ia gerar ruído mediático”, afirmou. “Fez um alerta, fez esse reparo”.
Vara integrou a administração da CGD liderada por Carlos Santos Ferreira que aprovou créditos que geraram perdas avultadas para o banco público. Aprovou, nomeadamente, empréstimos a acionistas do BCP, incluindo José Berardo, que se relevaram ser ruinosos para a CGD. Ambos saíram da CGD no início de 2008 para liderar a administração do BCP, o maior banco privado português, com o voto favorável do banco público, representado por Santos Ferreira na votação.
Teixeira dos Santos afirmou que o acionista Estado não deu à CGD nenhuma indicação sobre o seu sentido de voto em qualquer matéria.
A CGD acabou por precisar de uma injeção de capital de cerca de 5 mil milhões de euros.
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