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Os dados não permitem concluir se houve mais empresas a reportar aumento de custos ou descida de custos, mas indicam quais os factores que, num ou noutro caso, levaram os negócios nacionais a anotarem ganhos e perdas com a passagem dos trabalhadores ao trabalho remoto. Para 33%, foi preciso gastar mais em equipamentos informáticos, e para 21% poupou-se na fatura da energia.
Os resultados constam do último inquérito “Sinais Vitais”, preparado por uma unidade do ISCTE para a Confederação Empresarial Portuguesas (CIP), que vem tirando o pulso às empresas portuguesas desde o início da pandemia.
Desta vez, o inquérito olha para a realidade do teletrabalho, e os resultados espelham, numa primeira análise, sobretudo o pouco impacto desta realidade nos sectores de atividade que prevalecem na amostra do estudo: indústria e energia, outros serviços e comércio.
Apenas 33% das 441 empresas inquiridas nesta edição do estudo “Sinais Vitais” tinham pessoal a trabalhar à distância à data em que foi realizado o inquérito deste mês, e num período em que o teletrabalho se mantinha ainda obrigatório, sempre que possível e sem necessidade de acordo, no conjunto do território continental. Destas empresas, estavam em trabalho remoto 28% dos trabalhadores, em média.
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A análise da CIP incide também sobre aquelas que foram as percepções das empresas quanto a aumentos e reduções de custos, sem que seja contudo possível distinguir a percentagem de negócios que viu custos aumentar ou diminuir, no cômputo geral.
No que toca a redução de custos, há uma maior fatia de empresas, 21%, a dar conta de uma descida nos custos da energia, sendo o segundo maior factor de redução de custos a despesa com instalações e limpeza, sentida por 10% dos inquiridos. Há ainda 8% que notaram descidas nos custos com deslocações e 3% apontaram a uma redução dos custos operacionais com telecomunicações e Internet.
Mas, para 68%, as descidas não terão sido significativas, nota o documento apresentado nesta segunda-feira pela CIP.
Já do lado do aumentos de despesas sentido pelos empresários, 33% fazem notar mais gastos com equipamento informático, e 29% dão conta também de “custos com a distância dos trabalhadores e dificuldades de interação”, sem que os autores do estudo consigam indicar com certeza a que tipo de custos surgem estas respostas associadas. Há ainda 27% de empresas a declarar que aumentaram gastos com sistemas de segurança informática, 17% que reportam mais custos de telecomunicações e Internet, 16% que dão conta de despesa com sistemas informáticos, 8% com armazenamento de dados e 1% com a compra de equipamentos de telecomunicações e de Internet.
Neste caso, não há dados sobre se as empresas consideraram os aumentos de custos significativos ou não.
Estes dados deverão ser melhor desenvolvidos na próxima edição do “Sinais Vitais”, em junho.”É um tema a que gostaríamos de voltar no próximo mês, com maior acuidade”, avançou Pedro Esteves, do Marketing Future Cast Lab do ISCTE.
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