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A pandemia pôs à prova o ambiente de trabalho e a gestão ética nas empresas. É o que revela um estudo divulgado esta quinta-feira pela Católica Porto Business School.
Segundo este trabalho, mais de metade (53%) dos participantes diz que teve mais desafios éticos durante o período de confinamento. Considerando também aqueles que não sabem ou conseguem identificar exatamente o que é um desafio ético, este número sobe para 80%.
Os resultados revelam ainda que “a pandemia agravou a gestão do equilíbrio entre as questões familiares e o trabalho – reportado por elementos de chefia e não-chefia – e a equidade no tratamento dos colaboradores face a situações particulares”.
Entre os que não têm responsabilidades de gestão, a equidade apresenta o mesmo peso que a “necessidade de cumprir ordens com as quais não concorda ou das quais desconhece a utilidade”. Tanto chefias como não chefias concordam que questões como a comunicação e a transparência podiam ter sido mais bem geridos durante o primeiro confinamento.
Outro desafio ético que é apontado é a indefinição do local de trabalho e do horário. Passou a ser menos controlável e um factor de ansiedade para muitas chefias e de pressão para os trabalhadores. Estes dois aspectos levantam questões relacionadas com a confiança, autonomia e flexibilização.
Estes dois aspetos surgem ligados a questões como a confiança ou a decisão de confiar. As questões da autonomia e da flexibilização foram, também, aspetos muito focados na investigação.
“Uma nova visão da empresa”
A pandemia também permitiu, segundo este estudo do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, desenvolver em muitos casos “uma nova visão da empresa”. Os inquiridos indicam que “a gestão aberta, transparente e participativa foi um dos aspetos que saiu claramente reforçado”.
Esta nova circunstância permitiu ainda “descobrir competências coletivas e individuais”. A maioria responde de forma positiva sobre o ambiente na empresa. “Desafiante, otimista e dinâmico” são as expressões mais utilizadas.
As principais decisões tomadas para reagir às perturbações operacionais foram “reforçar a proteção e segurança” (23%) e “estabelecer políticas/procedimentos” para lidar com teletrabalho (23%). Foram, também, tomadas “medidas no sentido de ajudar a conciliar a vida familiar com a profissional” (14%).
Este inquérito decorreu em meados do ano passado (entre 19 de junho e 31 de julho de 2020), na altura 55% acreditava no regresso à normalidade ainda em 2020.
O resultado do estudo “A ética nas empresas em tempos de pandemia”, realizado por Helena Gonçalves e Ana Roque, pode ser consultado aqui.
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