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As moratórias não são motivo de grande preocupação quer para a banca quer para o governo. É o que se conclui ao ouvir o que dizem o CEO do Novo Banco e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que são unânimes a considerar que o nível de incumprimento esperado será muito baixo – tal como o próprio Banco de Portugal já antecipara – e a intervenção do Banco de Fomento, que reserva um bolo de mil milhões para lhes fazer face, ajudará a resolver problemas que possam surgir. Ainda assim, ministro e banqueiro também concordam que qualquer caso que haja tem de ser olhado pelo que é: uma família ou uma empresa que se encontra em dificuldades e à qual deve ser dada atenção, não ser tratada como um número numa folha de excel.
Dez meses e 5800 quilómetros depois, de o Portugal que Faz encerrar o périplo pelo país para ouvir as associações regionais e empresariais de cada zona do país, Siza e António Ramalho estiveram juntos no Ministério da Economia, onde o titular da pasta recebeu o livro que faz o retrato fiel de um país visto à lupa. Resultado de uma série de conferências promovidas pelo Novo Banco e pelo Global Media Group, que inclui Dinheiro Vivo, DN, JN e TSF, O Portugal Que Faz e as Empresas Que Lideram traça um retrato de cada região visto por dentro – e não a partir de Lisboa – e que aponta caminhos e dá pistas para o que está em ação pelo país e sobre os projetos que poderiam dar gás à recuperação neste momento de pós-pandemia.
A um par de semanas da apresentação do Orçamento do Estado para 2022, o contributo desta espécie de livro branco acaba por funcionar como um relatório do muito que somos capazes. “Portugal tem um potencial regional extraordinário e que nem sempre é visto quando se olha a partir de Lisboa”, assume o ministro Siza Vieira, exemplificando com o vigor produtivo da região minhota ou a capacidade de crescimento do Alentejo graças ao desenvolvimento e trabalho feito para a modernização do setor agrícola, muito dele beneficiando de fundos europeus.
Numa altura em que Portugal se prepara para receber o maior pacote de dinheiro e tem um Plano de Recuperação e Resiliência traçado para assegurar a melhor aplicação possível desses fundos, ter presente a diversidade e a capacidade do país é fundamental, concorda também António Ramalho.
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Confiança nos portugueses e otimismo no futuro
Para o presidente do Novo Banco, grande impulsionador destas viagens para melhor conhecer a nossa terra e absorver as estratégias regionais a partir dos contributos de mais de 50 instituições de 13 regiões portuguesas, dar voz ao país real é a única forma de chegar a uma recuperação consistente. “A homogeneidade dos problemas que esta crise gerou resultou depois numa enorme assimetria de consequências, por isso é tão importante ouvir e refletir sobre as propostas de cada uma das regiões e identificar as empresas certificadas em cada uma” que podem ter um papel maior na recuperação.
“Os portugueses, em particular os nossos empresários, são muito capazes de reconverter-se, transformar-se e dar respostas mesmo frente a imprevisíveis”, conclui o presidente do Novo Banco. Um elogio que Siza Vieira repete.
Se uma certeza há – que o futuro não será igual ao passado, antes exigirá cada vez maior aceleração de mudanças que já estavam em curso antes da pandemia – com destaque para a transformação energética e a transição digital -, os dois responsáveis acreditam que Portugal tem todas as ferramentas necessárias para embarcar nesse futuro melhor. “Temos todas as condições para responder a este desafio”, frisa António Ramalho, que fez questão de estar em todas as conferências e escutar em primeira mão os contributos de mais de meia centena de associações.
“No ano passado, Portugal cresceu no ranking de captação de Investimento Direto Estrangeiro na Europa e neste ano continuamos a assistir a esse movimento, sobretudo no setor da indústria e no das tecnologias da inovação e da comunicação”, sublinhou Siza Vieira no último painel das conferências promovidas pelo Novo Banco e pelo Global Media Group. Ou, resumindo as palavras do ministro da Economia e da Transição Digital no encerramento deste ciclo do Portugal Que Faz e repetidas nesta quinta-feira no Ministério, onde recebeu o livro branco, o futuro pode ser olhado com confiança e otimismo. “Estou confiante numa recuperação robusta da economia”, garante Pedro Siza Vieira.
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