//Têxtil. 65% das empresas com perdas acima de 10%

Têxtil. 65% das empresas com perdas acima de 10%

Quase dois terços das empresas portuguesas de têxtil e vestuário registaram quebras de faturação superiores a 10% no mês de janeiro, sensivelmente as mesmas que admitem que a situação se manterá durante todo o primeiro trimestre. Os dados são do mais recente inquérito da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) sobre o impacto da pandemia no setor, as expectativas de evolução e as medidas de apoio necessárias.

Em comunicado, a associação reclama por “mais justiça e mais apoios” para as empresas da fileira, já que 30% dos inquiridos têm quebras de vendas entre 10 e 25%, estando, por isso, a “viver um situação muito difícil”, dado que não podem aceder ao apoio á retoma progressiva, válido para perdas iguais ou superiores a 25%.

O setor reclama, por isso, uma alteração às medidas de apoio, de modo a abrangerem “mais empresas”. Pretende a ATP que o apoio à retoma progressiva seja aplicado a todos os que têm quebras iguais ou superiores a 15%.

Sobre o impacto da covid-19 nos negócios da têxtil, 16% dos inquiridos tem perdas de mais de 40%, sendo que, em 4% dos casos, estas são mesmo superiores a 75%. Mas também há 25% das empresas que não tiveram qualquer redução de faturação em janeiro. Já nas expectativas para o primeiro trimestre, esse número baixa para 19%. E são 19% as que estimam fechar o trimestre quebras acima dos 40%.

O inquérito, que contou com cerca de uma centena de respostas, mostra, ainda, que 65% das empresas recorreu às linhas de crédito criadas pelo Governo e que 40% aderiram às moratórias. O diferimento de impostos foi requerido por 19% dos inquiridos, havendo 15% que receberam o incentivo extraordinário à normalização e 23% que aderiram ao apoio à retoma progressiva. Significativos, são, ainda, os dados referentes ao Lay-Off: há 5% das empresas que aderiram a este regime, na sua versão normal prevista no Código do Trabalho, mas os empresários que consideram vir a utilizar este instrumento ao logo do primeiro trimestre sobe para 19%.