//Theresa May sobre o Brexit: Adiar a data de saída não resolve a questão

Theresa May sobre o Brexit: Adiar a data de saída não resolve a questão

A primeira-ministra britânica considera que adiar o Brexit não é a solução. Tusk considera, por outro lado, que alargamento da data para a saída do Reino Unido é a “solução racional”.

É um novo volte-face. A primeira-ministra britânica considera que a adiar a data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) não vai resolver o problema. “Uma extensão do Artigo 50 [artigo que permite a saída de um estado-membro do bloco europeu], um atraso neste processo não [significa] uma decisão do Parlamento, nem concede um acordo”, disse Theresa May, numa conferência de imprensa em Sharm el-Sheik, Egito, onde se realiza a cimeira UE- Liga Árabe, citada pela Bloomberg. “Qualquer extensão do Artigo 50 não aborda a questão”.

A pouco mais de um mês da data oficial para o Brexit – 29 de março de 2019 -, o impasse continua a dominar a questão. A imprensa britânica avançou este domingo, 24 de fevereiro, que a Comissão Europeia admitia adiar a saída do Reino Unido da União Europeia para 2021 dadas as dificuldades que a primeira-ministra britânica, Theresa May, tem tido para conseguir o apoio parlamentar ao documento acordado entre Bruxelas e Londres com os termos do divórcio.

A resposta da Comissão Europeia a essas notícias demorou menos de 24 horas. “Vi notícias na imprensa, mas trata-se de pura especulação. Já dissemos várias vezes nesta sala de imprensa que uma extensão (do prazo de saída) requer, antes de mais, um pedido do Reino Unido, e, em segundo lugar, exige que a UE a 27 acorde de forma unânime com tal extensão. Nenhuma destas duas (condições) aconteceu até ao momento”, sublinhou a porta-voz do executivo comunitário Mina Andreeva, durante uma conferência de imprensa, citada pela Lusa.

Por outro lado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considera que a decisão “racional” a tomar é adiar a saída dos britânicos do bloco económico, uma vez que as alternativas são piores. “Em primeiro lugar, posso dizer que a primeira-ministra May e eu discutimos ontem muitas questões, incluindo o contexto legal e processual de uma potencial extensão”, disse Tusk durante a conferência de imprensa no Egito, citado pela Bloomberg.

“Para mim, é absolutamente claro que não há maioria na Câmara dos Comuns para aprovar o acordo. Enfrentaremos uma alternativa: um Brexit caótico ou uma extensão. Quanto menos tempo houver até 29 de março, maior a probabilidade de uma extensão”.

Tusk defendeu ainda que: “Isto é um facto objetivo, não a nossa intenção, não o nosso plano – mas um facto objetivo. Acredito que na situação em que estamos, uma extensão seria a solução racional”. Ainda assim, afirmou que a primeira-ministra britânica “continua a acreditar que vai ser capaz de evitar este cenário”.

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