Os trabalhadores do porto de Setúbal exigem um acordo coletivo de trabalho. Estão “fartos da situação de precariedade”.
Segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística, os precários são “90% dos trabalhadores do porto”.
À Renascença, António Mariano adianta que, “durante o período de greve”, alguns trabalhadores têm sido “assediados, coagidos a assinarem contratos”.
“As empresas, durante 20 anos, não se lembraram deles, trataram-nos com contratos diários, todos os dias estavam despedidos e agora querem assinar contratos com alguns. Bom, nós também queremos, mas em número muito superior e não em período de greve. Isto é uma manobra claramente de coação que está a ser exercida sobre eles”, critica.
Jorge Brito, um dos estivadores em protesto, confirma a proposta: “propuseram que 30 trabalhadores assinassem um contrato e tivessem melhor qualidade de vida – não muita, mas alguma – e os outros 60 e poucos que existem neste momento ficassem no modelo que tem vigorado nestes últimos 20 anos”.
Mas estes profissionais querem mais. “O que defendemos é que o modelo tem de mudar, não pode continuar a meter só mais precários” – ou seja, exigem um contrato coletivo de trabalho.
Exportações travadas na Autoeuropa
Por causa deste protesto, milhares de carros da Autoeuropa estão parados no porto de Setúbal, à espera de seguir para exportação.
O ambiente no local é calmo, mas há milhares de carros vindos da fábrica de Palmela que não podem embarcar. Como o espaço começa a escassear, esta situação poderá levar à paragem da produção de carros.
Contactada pela Renascença, fonte da Autoeuropa diz que, para já, a laboração segue com normalidade.
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