Os trabalhadores da Efacec voltam a parar durante duas horas, entre as 14h00 e as 16h00, desta quinta-feira para exigir ao Governo a compra de matérias-primas e a demissão da administração e contestar a reprivatização da empresa.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), à semelhança do que já aconteceu nas greves dos passados dias 10 e 30 de novembro, os trabalhadores irão concentrar-se na portaria principal da sede da Efacec, no polo da Arroteia, em São Mamede de Infesta, Matosinhos.
Na concentração participará a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, e o coordenador da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Química, Farmacêutica, Elétrica, Energia e Minas (Fiequimetal), Rogério Silva.
Para o dia 16 de dezembro está prevista uma nova greve de duas horas.
Os protestos surgem na sequência de paragens forçadas de vários setores da empresa denunciadas pelo sindicato, segundo o qual a Efacec tem visto a capacidade de produção comprometida devido à falta de liquidez para adquirir matérias-primas e pagar a fornecedores.
O Site-Norte tem vindo a reclamar a intervenção do Governo, enquanto “dono da Efacec”, para garantir que esta dispõe das matérias-primas necessárias para retomar a atividade com normalidade.
Processo de reprivatização vai avançar
“O Estado, como dono da empresa, deve assumir o controlo da empresa com transparência e deve comprar matérias-primas para pôr a Efacec a trabalhar e a satisfazer as encomendas que tem em carteira”, defendeu Miguel Moreira, em declarações à agência Lusa.
De acordo com o dirigente sindical, a “falta de dinheiro para pagar aos fornecedores e para comprar matérias-primas é uma situação recorrente na Efacec, que se vem arrastando há muito tempo, mas nos últimos meses agravou-se”, levando à paragem de vários setores da empresa.
O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído até ao final do ano, sendo que o grupo português DST SGPS foi o único a apresentar uma proposta final de compra, segundo anunciou recentemente a Parpública.
A entrada do Estado na Efacec decorreu da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, da esfera acionista, na sequência do envolvimento no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.
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