//“Trabalhadores, denunciem”, apela secretário-geral da UGT

“Trabalhadores, denunciem”, apela secretário-geral da UGT

O “novo normal” exige responsabilidade não apenas dos empregadores, mas também dos trabalhadores e a UGT pede que sejam denunciados casos em que a segurança e saúde no trabalho não seja respeitada. A CGTP, por seu lado, teme que a Autoridade para as Condições do Trabalho seja incapaz de verificar 1,2 milhões de empresas e vai dizê-lo esta quarta-feira ao Governo.

Com o retomar da atividade de muitas empresas e com a pandemia em pano de fundo, Carlos Silva, secretário-geral da UGT, pede aos trabalhadores que sejam responsáveis, porque “se não se defenderem a si próprios, não vão defender os outros”.

Nesse sentido, o dirigente sublinha que os trabalhadores “não estão a cometer pecado algum se se queixarem às suas organizações sindicais que não há condições, ou que as condições estão a ser secundarizadas”.

Em declarações à Renascença, Carlos Silva lembra que não basta às entidades empregadoras fazerem o que lhes compete, ou seja elaborar planos de contingência. Aos trabalhadores compete denunciar. Explica que “embora nem todos sejam sindicalizados, os sindicatos não fecham as portas a ninguém, e se não quiserem dar a cara junto das empresas ou da ACT, que o façam junto dos sindicatos”.

O objetivo primeiro é garantir que há condições de facto para um regresso ao trabalho porque “tantas vezes se fala de uma segunda vaga da Covid-19, que corremos o risco de fazermos tudo como no ‘Pedro e o Lobo’, tanto falamos que um dia ele aparece mesmo”.

Para a secretária-geral da CGTP, “o lobo” já se instalou em alguns locais de trabalho. Por isso afirma que, “tem sido colocado por muitos trabalhadores de vários sectores de atividade, que muitas empresas e serviços não estão a garantir todas as condições de saúde e segurança para os trabalhadores”.

Isabel Camarinha denuncia que “muitos dos planos de contingência são uma mera cópia do plano da Direção-Geral da Saúde, não são adequados às especificidades do local de trabalho, e muitos trabalhadores estão a trabalhar sem os equipamentos individuais que deviam ter”.

Naturalmente que o cumprimento de regras cabe à Autoridade para as Condições de Trabalho, o que para a secretária-geral da CGTP não é mais do que uma miragem. Apesar de reconhecer que recentemente a ACT sofreu um reforço de pessoal, fica muito aquém do minimamente necessário: “Estamos a falar de um milhão e duzentas mil empresas, sem incluir aqui o estado, e é impossível fiscalizar todas”.

Quanto a Carlos Silva, lembra que se assim é, e se a ACT não tem pessoal suficiente, deve dizê-lo claramente: “Cabe à diretora-geral da ACT afirmar junto do Governo e dos parceiros sociais dizer se tem ou não condições de fazer a fiscalização”.

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