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Será conhecido em julho o resultado da auditoria que o Tribunal de Contas (TdC) está fazer aos contratos públicos realizados no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). A indicação foi partilhada pelo presidente daquele órgão, em entrevista ao Negócios e à Antena 1.
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Como explica José Tavares, são os contratos que não carecem de visto prévio que estão a ser avaliados. Estes contratos têm valores inferiores a 750 mil euros e estão sujeitos a fiscalização concomitante (têm de ser enviados ao TdC no prazo de 10 dias após a sua elaboração e caso isso não aconteça não produzem efeitos). Até há cerca de um mês já haviam dado entrada no Tribunal de Contas cerca de 300 destes contratos.
Segundo José Tavares, esta fiscalização concomitante está a “correr bem na globalidade”, embora agora o TdC esteja na fase de escolher criteriosamente alguns contratos para ver como estão a ser executados.
Embora não adiante mais, o juiz-conselheiro referiu que existem casos em que o Tribunal pode fazer algumas recomendações de melhoria. Quanto aos contratos sujeitos a visto prévio, todos foram aceites pelo TdC.
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Noutro plano, e ainda no decorrer da mesma entrevista, José Tavares, admitiu que o Tribunal de Contas possa levar a cabo uma auditoria aos serviços de urgência dos hospitais portugueses, nomeadamente os de obstetrícia.
Como aquele órgão está presentemente a preparar o plano de atividades, essa poderá ser uma área para auditar. “Quando desenvolvemos ações de fiscalização fazemo-lo de acordo com critérios que são muito bem ponderados”, até porque “o tribunal não pode organizar e planear as suas ações de acordo com problemas conjunturais que surgem hoje mas para a semana não existem, senão não faz nada”, explica.
Como a área da saúde envolve muito dinheiro público e tem um grande impacto social, é preciso que esteja muito bem organizada. Para José Tavares, “uma das grandes questões, não só no domínio da saúde mas em todos os domínios da vida, seja no setor público seja no setor privado, é a organização”.
Apesar de considerar que tem existido evolução nesta área, o presidente do TdC também recorda que o tribunal tem feito, por várias vezes, recomendações na área da saúde, que tem para José Tavares “um problema estrutural”, uma vez “envolve muitos recursos, incluindo recursos humanos, e em que é extremamente importante que a organização ocupe um papel muito importante”.
O presidente daquela instituição frisa, no entanto, que em comparação com alguns sistemas de saúde da União Europeia, o português não está mal posicionado. Isto sem deixar de referir que se trata de um setor “extremamente difícil”, onde “há também muitos interesses e portanto, é um setor em que quem governa e quem fiscaliza tem de ter em atenção toda esta ponderação de interesses”.
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