//Tribunal de Contas Europeu sem indícios de fraude com verbas da UE em Portugal em 2024

Tribunal de Contas Europeu sem indícios de fraude com verbas da UE em Portugal em 2024

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) não detetou indícios de suspeita de fraude relacionada com verbas da União Europeia (UE) em Portugal em 2024, após ter tido três casos sob suspeita e averiguação no ano anterior, foi hoje divulgado.

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“Em 2024, o Tribunal de Contas Europeu não detetou qualquer indício de suspeita de fraude relacionada com Portugal”, afirmou em declarações à agência Lusa o membro português do TCE, João Leão.

No dia em que é divulgado o relatório anual do TCE sobre as finanças da UE, o antigo ministro português das Finanças apontou que esta é uma mudança face ao documento anterior, pois em 2023 o auditor da UE registou três casos de suspeita e averiguação de fraude.

Ao todo na UE, no ano passado, o tribunal comunicou ao Organismo Europeu de Luta Antifraude um total de 19 casos de suspeita, comparando com 20 em 2023.

Os motivos mais frequentes para suspeita de fraude foram a apresentação intencional de declarações ou documentos falsos, a criação artificial das condições necessárias para obtenção do financiamento da União e ainda a utilização indevida dos fundos da União para fins diferentes dos concedidos.

Contudo, é referido no relatório que o tribunal detetou casos de incumprimento das regras nacionais ou da UE em Portugal no que diz respeito à contratação pública de vacinas e medicamentos contra a covid-19.

Também foram detetados custos inelegíveis relacionados com a sobredeclaração de custos de pessoal numa ação financiada ao abrigo do Erasmus+ em Portugal.

Já relativamente ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), não foram registadas constatações quantitativas relativas a Portugal, face a um total de 12 constatações quantitativas identificadas no conjunto dos Estados-membros.

“No que respeita à ocorrência de erros quantificáveis, Portugal mantém um perfil globalmente estável, sem alterações significativas face a anos anteriores. Os erros identificados resultam, sobretudo, de situações de inelegibilidade da despesa”, indicou João Leão à agência Lusa.

O membro português do TCE precisou que “foi no domínio da coesão que foram detetados mais erros, quatro erros quantificáveis em Portugal, num total de 38 erros a nível europeu”.

“Na área dos recursos naturais, foram registados dois erros quantificáveis em Portugal, num universo de 22 erros detetados na totalidade dos Estados-membros”, adiantou à Lusa.

Todos os anos, o TCE audita as receitas e despesas da União, verificando se as contas anuais são fiáveis e se as operações de receitas e despesas cumprem as regras.

A percentagem de erros nas despesas diminuiu para 3,6% face a 5,6% em 2023.

O TCE destaca, neste campo, as despesas relacionadas com o MRR, que financia o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), após desembolsos de quase 60 mil milhões de euros no ano passado.

Para o auditor comunitário, “estas despesas irregulares pesam cada vez mais nas finanças da União”.

Pelo sexto ano consecutivo, o TCE emite uma opinião adversa sobre as despesas da UE pois calcula que existe uma percentagem de erros “significativa e generalizada”, principalmente devido a pagamentos irregulares da política de coesão, que atingiram 5,7% em 2024 face a 9,3% no ano anterior.

Ainda assim, de acordo com o auditor comunitário, as contas da União relativas ao ano de 2024 dão uma “imagem verdadeira e apropriada” da situação financeira e as operações relativas às receitas que não têm erros.

Nas declarações à Lusa, João Leão falou ainda sobre o primeiro ano e meio no cargo, como membro português do TCE, retratando-o como um período “de entrega, com entusiasmo, a projetos novos e num ambiente diferente”.

Responsável por áreas como ambiente, ação climática, energia e agricultura, o responsável destacou a “grande importância” que o TCE terá nas discussões sobre o novo orçamento da UE para o período 2028-2034.

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