//Tribunal dos EUA considera Google monopólio ilegal nos motores de pesquisa

Tribunal dos EUA considera Google monopólio ilegal nos motores de pesquisa

Um tribunal federal dos Estados Unidos da América (EUA) afirmou, esta segunda-feira à noite, que a Google agiu ilegalmente para manter um monopólio no mercado dos motores de pesquisa online. O julgamento, que começou em setembro de 2023, pode mudar o negócio de uma das maiores gigantes tecnológicas do mundo.

Segundo o “The New York Times”, o juiz Amit Mehta declarou na decisão emitida esta segunda-feira que “a Google é monopolista, e tem agido como tal para manter o seu monopólio”.

O processo começou ainda durante o mandato de Donald Trump na Casa Branca, e era originalmente composto por duas ações diferentes – um liderada pelo Departamento de Justiça dos EUA, outro pelo estado do Colorado -, que foram unidas num só processo que juntou 52 estados e territórios norte-americanos.

O Estado norte-americano acusou a Google de um abuso de posição dominante no mercado dos motores de pesquisa na internet, assinando acordos que excluíam outras empresas com o objetivo de manter um monopólio de poder, violando assim as regras de concorrência.

O juiz concordou com esta avaliação, declarando que os acordos “têm dado à Google um acesso a escala que os seus rivais não conseguem igualar”.

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O Departamento de Justiça dos EUA alegou que a Google tinha a intenção de estes acordos serem “excludentes”, negando aos rivais o acesso às consultas de pesquisa e cliques, e permitindo à Google assegurar o seu domínio no mercado. Sobre esta acusação, o juiz discordou dos advogados estatais.

A administração norte-americana acusou a Google de pagar milhares de milhões de dólares a empresas para ser o motor de busca predefinido na maioria dos telemóveis e browsers. Estima-se que a Google pague anualmente cerca de 20 mil milhões de dólares à Apple, assim como três mil milhões de dólares à Samsung, para o seu motor de pesquisa ser o predefinido nos telemóveis das empresas.

O governo dos EUA estima que a Google tinha, em 2020, uma quota de mercado de 90% nos EUA, e diz que os acordos – que levam a cabo milhares de pesquisas para a Google todos os dias – resultam em menos escolha para os consumidores, assim como menos inovação.

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O juiz declarou ainda que a Google agiu para proteger um monopólio sobre os anúncios nos resultados das pesquisas, subindo os preços destes anúncios para lá do razoável num mercado livre – demonstrando assim o poder monopolista da empresa, num esquema que dava ainda mais dinheiro à Google para pagar os acordos que garantiam que o seu motor de busca era o predefinido.

A decisão desta segunda-feira não estabelece que medidas deve a Google tomar para corrigir o comportamento monopolista – essas ainda vão ser decididas pelo juiz. O governo federal dos EUA declarou, na acusação, que o tribunal pode obrigar à divisão da empresa através da venda de diferentes áreas de negócio.

A Google já anunciou que vai recorrer da decisão, por considerar que esta “reconhece que a Google oferece o melhor motor de pesquisa, mas conclui que não devemos poder torná-lo facilmente disponível”.

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No julgamento, a Microsoft alegou estar preocupada com a possibilidade de o domínio da sua concorrente ter criado uma “internet Google”, e que a relação com a Apple era “oligopolista”.

Ainda antes do julgamento, o juiz já tinha recusado algumas das acusações do governo federal dos EUA e dos vários estados. Entre as acusações que ficaram pelo caminho está a de que os concorrentes eram prejudicados porque a Google desenhava os resultados de pesquisa para destacar os seus serviços.

Esta decisão pode criar um precedente novo nos EUA, abrindo caminho a condenações de outras gigantes tecnológicas. O Departamento de Justiça processou a Apple por dificultar que os consumidores abandonem o iPhone, e lançou ainda outra acusação contra a Google pela tecnologia de publicidade. A Amazon também foi processada, por eliminar as margens dos vendedores na plataforma de compras online, assim como a Meta, por eliminar a concorrência à nascença com as compras do Instagram e do WhatsApp.

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