Os sindicatos questionam as justificações para despedimento coletivo de quase 300 trabalhadores na empresa de telecomunicações Altice Portugal e admitem avançar com formas de luta, que podem passar pela greve.
Seis das estruturas mais representativas dos trabalhadores das empresas estiveram reunidas esta quarta-feira para discutir a decisão da empresa, anunciada ontem.
À Renascença, Jorge Félix, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal (STPT), diz que o inédito despedimento coletivo foi contestado e “repudiado”, por unanimidade.
“Não aceitamos de forma nenhuma a argumentação que sustenta essa decisão. Pomos em causa que esteja, em princípio, como base desta decisão as discordâncias que a administração da Altice tem com o regulador, com a Autoridade das Condições do Trabalho e com o Governo”, sublinha o sindicalista.
Jorge Félix diz que o processo de despedimento coletivo é “uma bola de neve, acontecendo uma vez, pode acontecer outra”.
Nestas declarações à Renascença, o presidente do STPT garante que os sindicatos vão fazer tudo para evitar estes despedimentos e, para já, está tudo em cima da mesa, incluindo o recurso à greve.
“Tudo está em aberto. Há cerca de 30 anos que, sempre que houve necessidade de saída de trabalhadores, nunca foi utilizado o despedimento coletivo. Houve também um compromisso, desde o início, da parte da Altice que toda e qualquer situação do ponto de vista organizacional ou de redução de trabalhadores seria consensualizada com os trabalhadores. Não é nada disso que está a ser cumprido, de forma unilateral, agressiva, argumentando situações de caráter político”, critica Jorge Félix.
O presidente do STPT diz ainda que os trabalhadores estão a ser usados num braço de ferro entre a Altice e o Governo, e admite pedir a intervenção da tutela.
Ao que a Renascença apurou, na reunião de terça-feira com os sindicatos, a Altice já avisou que, mesmo com este despedimento coletivo, ainda ficam na empresa entre 800 a 900 funcionários considerados dispensáveis.
Os sindicatos marcaram uma concentração para esta sexta feira, junto à sede da empresa, em Lisboa, onde prometem detalhar as ações de luta que vão desenvolver.
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