Foram 27 milhões de hóspedes em 2019 e o governo está otimista para os próximos anos, confiando que a atividade vai continuar a acelerar. Com o número de turistas oriundos dos EUA e do Brasil a crescer de ano para ano – mais de um milhão de cada um destes países em 2019 -, a secretária de Estado do Turismo não esconde que estas duas apostas são para manter, a par dos mercados tradicionais, como Reino Unido, Alemanha, Espanha e França.
Há, no entanto, outros pontos do globo na mira. “No início de cada ano reunimos com as entidades regionais e agências regionais de promoção turística para definir quais os mercados prioritários e onde vamos investir a nível de campanhas promocionais. Neste ano vamos olhar para a Austrália, Ásia-Pacífico – outras economias que não China e Japão. Temos sempre essa atividade em alguns mercados para testar e ver se reagem bem aos estímulos. Vamos continuar a trabalhar o mercado europeu, em particular o Reino Unido. Vamos também continuar a apostar no mercado norte-americano e na América Latina, dando especial destaque ao Brasil”, revela Rita Marques.
Para captar estes mercados, o governo conta com 50 milhões de euros para investir em promoção. Esta verba vai ser também usada para captar mais eventos e conferências, o “segredo” para combater a sazonalidade. “Estamos a rever as regras para a atribuição do financiamento a eventos. Esta questão entronca nos 50 milhões. Não estamos apenas a falar de eventos para a área metropolitana, mas eventos como festivais e outro tipo de iniciativas. O objetivo é termos uma oferta alargada, que permita cobrir Portugal de norte a sul, incluindo ilhas.”
As rotas aéreas voam de mãos dadas com a chegada de turistas de novos mercados ao país. O programa VIP, que aposta na captação de novas ligações, está a ser revisto e a expectativa da secretária de Estado é que “o novo VIP seja anunciado em abril” contando com um orçamento anual de 2,5 milhões (dez milhões em quatro anos). “A captação de novas rotas tem de casar com os mercados que consideramos prioritários. Continuamos a olhar atentamente para os EUA, para o Brasil, para o Canadá e para a Ásia.”
Salários mais altos
Um dos desafios que o turismo enfrenta é a escassez de mão-de-obra. Rita Marques defende que para travar este problema é, “em primeiro lugar, preciso garantir que os que estão formados não abandonam a profissão”, algo que se faz “valorizando as profissões atinentes ao turismo”.
Os trabalhadores do setor recebem menos do que em outras áreas, pelo que “tem de haver um esforço dos parceiros sociais, todos nós, no sentido de igualar os salários para que não haja uma discriminação negativa”.
A governante assume que as empresas vão tendo abertura para aumentar os salários, estando muitas vezes a funcionar a lei da oferta e da procura. “Os resultados das empresas a nível financeiro têm sido crescentemente positivos, níveis de endividamento menores e melhor saúde financeira. Há capacidade financeira para remunerarem os trabalhadores de uma forma mais interessante. É sempre um work in progress, mas esta é uma forma de garantir que os profissionais não abandonam o setor.”
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