A ocupação por quarto nos empreendimentos turísticos do Algarve foi de 87,7% durante o mês julho, 4,3% acima do registado no mesmo mês de 2019, anunciou, esta sexta-feira, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
“Depois de dois anos de dificuldades por causa da pandemia, o Algarve está de parabéns. Temos de ter muito orgulho e coragem para o que aí vem”, diz o presidente da associação em declarações à Renascença.
O presidente da AHETA faz um agradecimento especial aos portugueses, que garantiram quase um terço (32%) da ocupação o mês passado.
Chegaram menos britânicos, mas continuam a ter o segundo lugar no ranking (25%). Por outro lado, os americanos aumentaram a presença no Algarve, +1,1% do que em julho de 2019.
“As entidades regionais estão sempre à procura de novos mercados, intrinsecamente associados às ligações aéreas e este (dos Estados Unidos) é um deles, assim como o brasileiro.
Ainda assim, Hélder Martins critica o facto dos turistas que vêm do outro lado do Atlântico serem obrigados a esperar quatro a cinco horas em Lisboa para apanhar outro avião para Faro. E considera que a TAP deveria disponibilizar aparelhos mais pequenos para garantir que essa ligação se fizesse de forma mais rápida.
O mercado norte-americano para o Algarve está, aliás, a registar um crescimento não apenas no turismo, mas também no investimento imobiliário e residencial. “No entanto, os mercados de proximidade estão na primeira linha”.
Atividade turística fervilha no Algarve
Julho já foi melhor que o mesmo mês de 2019, o melhor ano turístico e segundo o presidente da AHETA, a expetativa é que, em agosto, se bata novo recorde. “Estamos com uma ocupação excelente, o tempo está maravilhoso, os hotéis, restaurantes, bares, parques temáticos estão cheios. A região fervilha de atividade turística”.
E para Hélder Martins, o facto de tudo estar mais caro não tem travado a chegada de turistas. “Dizem que o que importa é o que levam, uma boa relação qualidade/preço. E é nisso que temos de trabalhar; dar o máximo de qualidade a quem nos visita para que a relação se fidelize cada vez mais”.
O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve admite que as receitas aumentaram, mas alerta que os custos também.
“No final do ano vamos ter uma faturação superior a 2019, mas os custos também são muito elevados. Não quer dizer que as empresas vão ganhar mais dinheiro. O que importa , depois de um período dramático, é sentir que o destino está vivo e as pessoas continuam a preferir este destino. E as empresas que sobreviveram, estão na luta”.
Mão de obra? “Já estamos a preparar o próximo ano”
A falta de mão-de-obra para o setor do turismo é um problema de que todos os empresários do setor se queixam. Com a maior procura, o Algarve é uma das regiões em que se sente mais. Mas Hélder Martins garante que “já estamos todos a trabalhar para que em 2023 esse problema não exista”.
A convite da Organização Internacional das Migrações (OIM), a AHETA e outras organizações estiveram em Marrocos e em Cabo Verde para agilizar os processos de migração de naturais desses países para Portugal.
Há conversações também com o Brasil e a Índia. “Teremos que ir lá fora buscar mão de-obra e precisamos que venham com o máximo de qualificação. E esses países já se comprometeram a dar formação”.
Para outubro está planeada a ida de uma missão empresarial a vários países de língua oficial portuguesa para agilizar o recrutamento, envolvendo também entidades públicas, como Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Está também pensada a realização de uma Feira de Emprego.
“É sobretudo nos PALOP´s que depositamos esperança de que possa vir alguma da mão-de-obra que o Algarve precisa”, diz Hélder Martins, que sublinha o facto do Executivo, finalmente, ter aprovado uma lei que facilita a concessão de vistos de trabalho, especialmente para os imigrantes dos países de língua portuguesa.
“Há grupos empresariais no Algarve que têm unidades noutros países – nomeadamente Cabo Verde, que vive agora a época baixa de turismo – e que tentaram trazer os seus trabalhadores para fazerem o verão em Portugal. E não conseguiram por causa dos vistos. Este é um dos primeiros entraves que tem de ser desbloqueado”, remata o presidente da AHETA.
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