O Turismo foi um dos setores mais fortemente abalado pela crise pandémica. Mas pode ser uma solução para recuperação da economia europeia. O que exige abordagem e ações comuns a nível europeu, frisou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, na sessão de abertura do Fórum de Alto Nível sobre Sustentabilidade e Turismo, promovido no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia.
Um dia de debate sobre o futuro do setor, para o tornar mais resiliente, responsável e sustentável. Sem esquecer que são as pessoas que têm que ser o centro das decisões.
Soluções dependem de ações conjuntas
Qualificação dos trabalhadores, transição para práticas neutras em carbono e circulares e transição digital. São os três eixos em torno dos quais são necessárias abordagens e ações comuns, defendeu o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital no início do Fórum de Alto Nível sobre Sustentabilidade e Turismo.
Pedro Siza Vieira sublinhou que o Turismo é “crítico” para a recuperação das economias europeias e que além da recuperação imediata do setor, é preciso trabalhar, em conjunto, para que ele se torne mais resiliente.
Por isso, “temos que garantir que a capacidade instalada desta indústria – empresas, postos de trabalho e todo o ecossistema – continua a ser capaz de responder rapidamente à procura que esperamos que seja recuperada a curto prazo”, referiu o ministro.
Mais tarde, num dos painéis de discussão, seria a ainda presidente e CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) a frisar que é preciso acelerar a recuperação económica. E que o turismo é parte da solução. O que na opinião de Gloria Guevara exige que os lideres europeus o compreendam e trabalhem em conjunto. Sublinhando o impacto social que a pandemia teve no setor, referiu que “queremos ter a certeza de recuperar as empresas e os empregos, não apenas em Portugal e na Europa, mas no mundo inteiro”.
Vontade de viajar é o que não falta aos europeus, mas querem ter confiança e sentir-se seguros, lembrou o presidente do Comité Europeu das Regiões. Por isso, Apóstolos Tzitzikostas considera que o certificado digital verde para as viagens internacionais foi um “passo dado na direção certa. O turismo também faz parte do modo de vida europeu e contribui para a criação de uma identidade europeia comum e para a coesão social e territorial”.
Futuro do Turismo exige que o centro das atenções sejam as pessoas e fundos disponíveis
Os turistas, os residentes e os trabalhadores do turismo devem estar no centro das preocupações quando se fala na transformação do setor do turismo, para o tornar mais sustentável e responsável, defendeu o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.
O dirigente que, no âmbito da Presidência Portuguesa assume a função de presidente da Comissão Europeia Viagens referiu ainda que o setor tem que se tornar mais resiliente para ter um papel de maior peso na competitividade das economias europeias. Mas, frisou”, “para isso é preciso disponibilizar fundos que permitam aumentar a sua competitividade”.
A pensar especialmente nos trabalhadores do sector, o presidente da Federação Europeia dos Sindicatos da Alimentação, Agricultura e Turismo acompanhou a necessidade referida pela maior parte dos participantes nos painéis, de apostar na qualificação, mas sublinhou que é preciso melhorar as condições de trabalho e salariais dos trabalhadores.
Para Kristjan Bragason, é preciso garantir que os parceiros sociais do setor do turismo também são ouvidos em qualquer agenda para o futuro do turismo. “Ouçam os trabalhadores também, não façam os mesmos erros do passado”, desafiou o líder sindical europeu.
No final da sessão aberta ao público, a Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques reafirmou a vontade e necessidade de envolver todos os estados membros no compromisso para uma Agenda para o Turismo 2030-2050, em que deverão ser definidas as linhas de ação e os planos conjuntos para a transformação do Turismo.
Mas para isso é preciso disponibilizar fundos aos parceiros do setor. “A nossa ambição é enorme, mas temos que ter meios financeiros para a sua execução”, lembrou Rita Marques.
No final deste encontro, os ministros do Turismo da União Europeia reuniram em Conselho para discutir as diversas propostas para o futuro do setor.
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