Para este trabalhador, não pode ser o motorista a definir o multiplicador, “nem uma plataforma pode permitir que se possa trabalhar abaixo de um preço mínimo”.
“Isso para mim é ‘dumping’. Não é lei do mercado, isto não é nada”, declara.
Na ótica de Paulo, a consequência direta do que está a acontecer é que, com a grande maioria dos motoristas “não tendo alternativa senão começar a baixar o preço”, aqueles que quiserem trabalhar com um preço digno e justo não recebem uma única viagem. A isso soma-se a penalização de, para o cliente, “esse motorista deixar de existir por completo” na aplicação.
Os profissionais do setor denunciam que há motoristas a fazer 80 e 100 horas semanais, o que é ilegal, para poderem sobreviver.
Tarifa mínima é mesmo 2.5 euros?
Em relação a estas mudanças e à forma como elas influem nos ganhos e na viabilidade da operação para os parceiros, a Uber sustenta que a estrutura de custos da atividade varia de parceiro para parceiro, consoante a estrutura empresarial e o modelo de prestação do serviço.
Para o determinar, afirma, contam fatores como se é ou não cobrada uma renda fixa pela utilização das viaturas, ou se é paga uma comissão percentual aos motoristas, o modelo do carro, o tipo de combustível, as opções de financiamento, a localidade onde desempenha a atividade, o histórico de condução para efeitos de seguro, entre outros.
E é por estes fatores, argumenta, que é importante “dar mais controlo aos operadores e motoristas sobre o preço do serviço que prestam”. “Os custos não são iguais para todos, tal como os preços não têm de ser iguais para todos”, reivindica fonte oficial da Uber.
Por isso, e porque a Uber não tem como saber esta informação, “pensamos que faz todo o sentido que os parceiros, que são os únicos que a conhecem, possam adaptar-se à sua realidade individual e não a um valor médio que pode não fazer sentido no seu caso particular”.
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