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“Em situações de crise, o pior é presumir ou tentar adivinhar” o que vai acontecer, disse a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, durante uma reunião dos chefes da diplomacia dos sete países mais ricos do mundo (G7).
Afirmando ser “importante olhar mais de perto” a situação no terreno, a ministra mostrou-se menos convencida do que Washington sobre a iminência de um ataque.
Na sexta-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou-se “convencido” de o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, já decidiu invadir a Ucrânia “nos próximos dias”, opinião hoje secundada pelo secretário da Defesa, Lloyd Austin, segundo o qual as tropas russas “estão em vias de se mobilizar e preparam-se para atacar”.
“Não sabemos se já está decidido um ataque, mas a ameaça sobre a Ucrânia é bem real”, afirmou por seu lado Baerbock, admitindo que existem “diferentes cenários”.
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“Estamos prontos a fazer face a qualquer situação. Ao mesmo tempo, faremos tudo para que essa situação não aconteça”, disse.
Sublinhando que os líderes devem zelar por “não serem vítimas de uma desinformação direcionada”, a ministra lembrou que é essencial o acesso dos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) ao terreno de crise na Ucrânia.
“Eles são neste momento os olhos e ouvidos da comunidade internacional, (…) são eles que nos podem esclarecer sobre o que se passa realmente no terreno”, afirmou.
Na sua reunião de hoje, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (Alemanha, França, Reino Unido, EUA, Japão, Canadá e Itália) reafirmaram estar “unidos” e determinados a reagir contra qualquer violação da soberania ucraniana.
Esta reunião antede uma cimeira em formato virtual dos líderes do G7 que está agendada para a próxima quinta-feira e que será dedicada em particular à “situação na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia”, precisou, na sexta-feira, uma fonte governamental alemã.
O anúncio desta cimeira virtual dos líderes do G7 ocorre numa altura de forte tensão entre o Ocidente e a Rússia, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
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