
O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que as necessidades de investimento da União Europeia no setor da Defesa não devem ser satisfeitas “à custa do rendimento dos agricultores”.
Em declarações à Renascença, no dia em que Bruxelas espera a maior manifestação de sempre de agricultores europeus – contra o corte de 20% na Política Agrícola Comum – Luís Mira sublinha que “os agricultores não estão a pedir um aumento“.
“A defesa aumenta muito e bem. Mas, na proposta da Comissão para o orçamento da União Europeia de 2028 a 2034, há um aumento de 40% e a Política Agrícola Comum tem um corte de 20%”, lembra o responsável.
Preço dos produtos agrícolas pode aumentar
“Não há razão para se cortar 20% quando há mais dinheiro. Ou então os Estados-membros têm de ter uma contribuição maior. Mas a Comissão não pode fazer essa alteração de política à custa do rendimento dos agricultores“, acrescenta.
Segue-se o período de negociações entre o Conselho, o Parlamento Europeu e o executivo de Bruxelas, mas “há uma coisa que é óbvia: se o corte for este, vai haver um aumento no preço dos produtos agrícolas. Não há outra forma de reagir ou de comportamento face a este corte”, conclui o secretário-geral da CAP.
Esta quinta-feira, a capital belga será palco de um protesto onde são esperados cerca de 12 mil agricultores de todos os estados-membros, contra a redução do orçamento destinado ao setor para o período entre 2028 e 2034 que, de acordo com a CAP, coloca a agricultura portuguesa em situação de desvantagem perante os parceiros europeus.











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