A Comissão Europeia está a planear subsídios para aumentar a procura por carros elétricos produzidos por marcas da Europa, avançou esta quinta-feira o “Financial Times”. A medida parte de uma proposta do governo alemão, que pôs fim ao plano de subsídios na Alemanha em 2023.
Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia, disse ao “Financial Times” que a instituição está a avaliar as opções para o programa de incentivos á compra de carros elétricos europeus.
“Faz sentido ver como podemos conseguir, de uma perspetiva pan-europeia, como facilitar as medidas em vez de passar por subsídios nacionais”, apontou a responsável da Comissão para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva, para quem é preciso evitar uma “corrida onde poderíamos estar um modelo nacional contra outro”.
Teresa Ribera reconhece ainda que é preciso alcançar um “equilíbrio complicado” entre acelerar a eletrificação deste mercado e “uma incompatibilidade com a capacidade das marcas europeias de fornecer em quantidade e qualidade o que gostaríamos de ver a andar nas nossas estradas. Além disso, segundo o “Financial Times”, é preciso evitar quebrar as regras da Organização Mundial do Comércio ao mesmo tempo que se evita os subsídios sejam utilizados para a compra de carros elétricos chineses – aos quais a União Europeia aplicou taxas alfandegárias para combater os subsídios estatais das marcas da China.
Ribera recusou mudar o prazo para o fim das vendas de novos carros com motores de combustão interna, fixado para 2035, apontando para a necessidade de “previsibilidade e claridade” da indústria automóvel.
Por outro lado, a responsável admitiu estar aberta à possibilidade de prolongar os requisitos de transferência de tecnologia para marcas não-europeias que desejam criar fábricas na União Europeia, à semelhança do que a China fez com as fabricantes europeias há 30 anos.
O plano surge de uma proposta da Alemanha, feita pelo governo de Olaf Scholz. O chanceler alemão disse em dezembro que eram necessários incentivos para a compra de carros elétricos, “como um bónus europeu ou como um apoio directo aos carros elétricos feitos na Alemanha”.
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