//UGT reúne-se com governo e espera compromisso sobre salários a médio prazo

UGT reúne-se com governo e espera compromisso sobre salários a médio prazo

A UGT espera um compromisso da parte do governo para que no médio-prazo possa haver maior valorização das remunerações dos trabalhadores nos sectores público e privado, ainda que o orçamento de 2020, com votação final global amanhã, não traga mudanças muito significativas face aos 0,3% de aumento nas remunerações propostos para a função pública e haja poucas certezas sobre um eventual acordo de rendimentos na Concertação Social, a concluir até final de março.

Os dirigentes da central sindical são recebidos na manhã desta quarta-feira pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, e pela ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, após vários apelos do secretário-geral, Carlos Silva, que se queixa de estar a ser tratado de forma parcial pelo primeiro-ministro, António Costa, e acusa o governo de estar a virar as costas aos sindicatos.

“A expetativa vai no sentido de um compromisso a médio prazo ainda durante o ano de 2020”, aponta Carlos Silva, em declarações ao Dinheiro Vivo e TSF, em vésperas de reunião, instando o governo a produzir algo que “atenue a insatisfação” vivida na central sindical. Esta traduziu-se numa convocatória para a greve nas administrações públicas, na última sexta-feira, por parte da Fesap e Sindicato dos Técnicos do Estado, em uníssono também com a Frente Comum da CGTP.

“Não nos passa pela cabeça que não haja aumentos salariais acima dos 0,3% que já foram prometidos para a Administração Pública. Também no sector do trabalho, em lato sensu, [é importante] perceber qual é o objetivo da ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, em valorizar ou não valorizar a concertação social”, diz o secretário-geral.

O dirigente admite que a expetativa “não é muito elevada”, mas “é sempre de equilíbrio”. “Se nos chamam na véspera da votação final global do orçamento do Estado, mesmo que não seja para nos dar nada, pelo menos não nos deem más notícias”.

Apesar destes encontros marcados em vésperas da votação final do orçamento, a UGT lembra que não foi ouvida pelo líder do governo nem na atual legislatura nem na anterior, ao contrário da CGTP, e volta a mostrar descontentamento. “A nossa expetativa é que o primeiro-ministro nos trate de forma imparcial, tal como fez com a outra central sindical recebendo-a há poucos dias, e como deve tratar qualquer parceiro social com assento no Conselho Permanente de Concertação Social. Não queremos privilégio no tratamento, queremos apenas respeito e dignidade enquanto parceiro social que deve ser recebido pelo primeiro-ministro ao mais alto nível, institucionalmente”, defende Carlos Silva.

O encontro da UGT com as ministras do Trabalho e da Administração Pública acontece também dias antes de nova reunião negocial entre Alexandra Leitão e os sindicatos da Administração Pública, marcada para dia 10, já depois de os deputados terem terminado a apreciação do orçamento deste ano.

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