O Unicredit, o maior banco em Itália, informou esta terça-feira os sindicatos que vai encerrar 450 sucursais e despedir seis mil pessoas nos próximos quatro anos. Números que, apesar de tudo, são mais simpáticos do que os anunciados em dezembro, altura em que estimava despedir oito mil trabalhadores e fechar 500 sucursais.
A notícia é avançada pela Reuters, que teve acesso à carta enviada pelo Unicredit aos representantes dos trabalhadores, com os quais o banco está a negociar a sua reestruturação. Os cortes são confirmados quatro dias depois do Unicredit ter dado a conhecer os seus resultados de 2019, ano em que os resultados líquidos caíram quase 18% para 3.373 milhões de euros, quase 18%.
O Unicredit, com sede em Milão, está a ser alvo de uma grande reestruturação, sob a liderança de Jean Pierre Mustier, CEO do banco italiano desde 2016, como forma de lidar com os seus baixos rácios de capital. Para fortalecer o balanço patrimonial, Mustier cortou custos, eliminou crédito malparado e captou ativos, a que se somam os 13.000 milhões de euros arrecadados com a venda de ações.
Na carta enviada aos sindicatos, o UniCredit defendeu a necessidade de continuar com os cortes, atendendo a que as tendências de receitas “nunca retornarão aos níveis de antes da crise financeira de 2008”. As taxas de juros negativas e a concorrência de atores não bancários são outros dos desafios apontados. Bem como o recurso crescente dos clientes aos canais digitais. Diz a Reuters que, nos últimos 12 meses, o UniCredit registou mais de 300 milhões de transações em canais não tradicionais. No mesmo período, as operações em agência diminuíram 55%, caindo para níveis de 2016.
Deixe um comentário