As unidades de participação do fundo da caixa económica Montepio é uma das matérias que está a ser investigada desde 2015 e que esta quinta-feira levou à realização de buscas ao Banco Montepio e à associação mutualista, disse fonte policial.
Fonte oficial da Polícia Judiciária adiantou à agência Lusa que as diligências realizadas a instituições bancárias, sedes de associação, empresas e a residências de alguns clientes bancários visam também a atuação do BNI Europa, banco que pertence ao BNI Angola.
O Expresso adianta que as buscas ao banco Montepio e à Associação Mutualista estão relacionadas a factos ocorridos quando António Tomás Correia era o presidente e que o construtor José Guilherme é um dos nomes visados na investigação. José Guilherme O construtor José Guilherme é conhecido por ter dado uma liberalidade de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado. Em causa nestas buscas, que recorrem a 90 agentes da PJ e seis elementos do Banco de Portugal, estão crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada.
O Banco de Negócios Internacional (BNI Angola) é liderado por Mário Palhares, antigo vice-governador do Banco Nacional de Angola, e o BNI Europa é presidido Pedro Pinto Coelho.
A fonte precisou ainda que, relativamente ao BNI Europa, com sede em Lisboa, investiga-se a intervenção de clientes coincidentes com o Banco Montepio e que participaram na constituição do capital social do banco que tem acionistas angolanos.
A investigação, explicou, debruça-se sobre o aumento de capital da Caixa Económica do Montepio (Banco Montepio) em 2013, a constituição do capital social do BNI Europa e a origem do dinheiro usado por um grupo de clientes para a aquisição de unidades de participação do fundo.
Os mesmos clientes estão sob suspeita pela forma como participaram na constituição do capital social do BNI Europa.
Outro dos alvos do inquérito, dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e aberto em 2015, estão também as ligações financeiras do Banco Montepio com o construtor civil José Guilherme e seus familiares.
A mesma fonte assegurou que, de momento, o inquérito não tem detidos nem há arguidos, prosseguindo a investigação.
As buscas destinaram-se sobretudo à recolha de documentação e outro material probatório.
Em causa na investigação estão suspeitas de a prática de crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada, indicam notas da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Judiciária.
Segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República, “as diligências incidem sobre um conjunto de clientes de instituições financeiras e de entidades suas detentoras” com o objetivo de recolher prova relativamente a operações bancárias “realizadas por clientes entre 2011 e 2014, bem como documentação relacionada com estas operações”.
No período em causa o Banco Montepio Geral era presidido por Tomás Correia, que deixou o cargo a 15 de dezembro de 2019.
Nas diligências participaram quatro juízes do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e Amadora, quatro procuradores do DIAP, 90 elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, quatro inspetores da Autoridade Tributária e seis elementos do Banco de Portugal.
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