O uso de empresas de cobranças difíceis por parte de hospitais é uma prática comum há vários anos, garante a Associação de Administradores Hospitalares.
A notícia foi avançada esta sexta-feira de manhã pela Renascença, que descobriu que alguns hospitais recorrem a estas empresas para cobrar dívidas, incluindo de taxas moderadoras em falta.
A pratica é comum a vários hospitais públicos e há vários anos, segundo o presidente da Associação de Administradores Hospitalares, que explica o recurso a este modelo devido á falta de profissionais administrativos.
“É uma prática que tem mais de 15 anos. Dada a limitação de contratação de pessoal para tarefas administrativas, recorrem a empresas terceiras para apoiar nesta cobrança de dívidas de taxas moderadoras”, explicou.
Alexandre Lourenço admite que o que está em causa são valores que não ultrapassam 1% do orçamento hospitalar, mas admite que nesta altura tudo conta. “Dada a forte restrição orçamental e a pressão sobre os custos, mesmo sendo apenas 1% do financiamento dos hospitais, acaba por ser um valor que é considerável para que os hospitais continuem a ter o seu funcionamento adequado.”
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares deixa a garantia de que ninguém fica sem tratamento e que o processo não é generalizado a todos os utentes.
“Há aqui um processo burocrático muito grande, mas a maioria das taxas moderadoras são muito residuais e essa avaliação tem sempre de ser feita. Não se pode dizer que seja um processo generalizado, ou para todos os utentes, estamos a falar de casos pontuais”, diz.
Nos últimos sete anos essa dívida dos utentes aos hospitais foi superior a 86 milhões de euros. Contactados pela Renascença, os serviços do Ministério da Saúde explicam que os hospitais têm autonomia de gestão e, por isso, não são obrigados a dar explicações à tutela.
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