A Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas (ANPME) vê com muita dificuldade aumentar o salário mínimo para 1.000 euros até 2028.
À Renascença, o presidente da ANPME, Nuno Carvalhinha, diz que a proposta de Pedro Nuno Santos – apresentada no discurso de encerramento do Congresso do Partido Socialista – implica mais impostos para as empresas e uma atualização geral dos salários.
“Quando temos um aumento de salário mínimo, temos também automaticamente um aumento de contribuições para a Segurança Social e um aumento da taxa de retenção de IRS. Além disso, e se subimos o salário mínimo para 1.000 euros, aqueles salários intermédios – que, atualmente, estão nesse valor – também vão ter de ser subidos na mesma proporção”, explica.
E num contexto económico que Nuno Carvalhinha classifica como “deprimido”, o presidente da ANPME diz que as empresas só vão conseguir suportar um aumento do salário mínimo nacional se, paralelamente, houver uma redução da carga fiscal da empresa e uma bonificação de taxas de juro.
“Falamos muito do impacto das taxas de juro na famílias, mas as empresas também estão a sofrer. O Governo já anunciou medidas para particulares, agora é preciso um plano de taxas bonificadas que unifiquem a taxa de juro também para as empresas. Até porque os bancos estão cada vez com mais lucros e as empresas com mais dificuldades”, remata.
O salário mínimo nacional aumentou este ano para os 820 euros. No congresso do PS, do fim de semana, o novo líder socialista, Pedro Nuno Santos, defendeu uma subida para os 1.000 euros até ao final da próxima legislatura, em 2028.
Em declarações à Renascença, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, considera que é prematuro falar num novo aumento do salário mínimo.
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