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Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, recusa ter o seu nome associado “entre os responsáveis pela maior crise de Portugal”. Ouvido esta quinta-feira na Comissão de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, o responsável da empresa confirmou a dívida de 520 milhões de euros da falida Ongoing ao Novo Banco, herdada do BES. Mas garante que “não tem nada a esconder” e “não agiu de má fé”.
Ouvido em videoconferência a partir do Brasil, onde reside há 10 anos, Nuno Vasconcellos aproveitou a sua intervenção inicial para desmentir as informações que têm sido veiculadas de “não ser contactável” e que alguma vez “se tenha negado a comparecer” no Parlamento. “O Fisco português tem a minha morada. O gestor de insolvência deveria conseguir contactar-me também”, comentou.
Questionado sobre como prevê pagar a dívida de 520 milhões de euros ao Novo Banco, Nuno Vasconcellos recusou ser o responsável pelas dívidas e considera que “quem tem de pagar é a Ongoing. A pergunta está a ser feita de um ponto de vista pessoal, mas deve ser dirigida à Ongoing.O grupo não é da minha família”, comentou, relembrando que a empresa que chegou a ter 10% da antiga Portugal Telecom (PT) entrou em insolvência em 2016. Confrontado pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, se considerada que não tinha dívidas, Vasconcellos reforçou que “quem tem dívidas é a Ongoing”.
Sobre a dívida do BES, Nuno Vasconcellos contou que em 2014 o Banco de Portugal obrigou o BES a provisionar cerca de 80% do valor. “O banco chamou-me e pediram para vender as ações que tinha da Impresa e outros ativos da Ongoing”, revelou, detalhando que se tratava das ações da antiga PT Multimédia, que depois deu origem à ZON.
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Depois de Nuno Vasconcellos ter sido chamado a atenção por várias pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, por não estar a responder às perguntas que estavam a ser feitas, Fernando Negrão decidiu meter um ponto final na audiência que estava a decorrer há menos de uma hora em videoconferência a partir do Brasil, onde Vasconcellos reside à 10 anos.
(Notícia atualizada)
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