//Velha emigração portuguesa envia mais remessas, mais novos nem pensam nisso

Velha emigração portuguesa envia mais remessas, mais novos nem pensam nisso

As maiores remessas das comunidades portuguesas são de países onde há mais tempo existem mais emigrantes e não dos novos fluxos, protagonizados por jovens para quem o projeto emigratório não passa por estas transações, segundo o Observatório da Emigração.

A interpretação é do sociólogo e coordenador científico do Observatório da Emigração, Rui Pena Pires, para quem “há diferenças entre os objetivos das remessas do passado e hoje”.

Em declarações à Lusa, o sociólogo sublinhou a dimensão das remessas enviadas pelos emigrantes para Portugal – 3677,76 milhões de euros em 2021 – que é semelhante à dos fundos europeus.

Mas ressalvou: “A grande diferença é que as transferências comunitárias contribuem diretamente para o desenvolvimento e as remessas só indiretamente contribuem”.

“Não quer dizer que as remessas não contribuem para o desenvolvimento do país, mas contribuem independentemente do objetivo que têm. Contribuem porque aumentam o poder de compra dos países para onde são enviadas as remessas, para melhorar as reservas cambiais do país e podem ser usadas para investimentos”, disse.

Em rigor, prosseguiu, “as remessas são transferências que visam objetivos privados, particulares, não objetivos coletivos. Podem ser familiares, do próprio, mas são sempre privados”.