Menos vendas, menos procura e um aumento dos preços que já começa a estabilizar. Segundo a Confidencial Imobiliário (CI), estão aí os sinais de que o mercado residencial “está a perder dinâmica”.
A análise do mês de abril, que a plataforma publicou esta terça-feira, revela que ao nível da procura houve um decréscimo nas consultas por potenciais clientes.
“Um saldo líquido de -7% dos inquiridos refere um declínio nas novas consultas e este é já o sétimo mês desde a última leitura positiva deste indicador”, descreve a nota da CI.
Também as vendas acordadas desceram pelo segundo mês consecutivo em todo o país. A análise desagregada a nível regional revela uma tendência de queda nas vendas em Lisboa e no Algarve e uma estabilização no Porto.
Já as perspetivas de vendas para os próximos três meses são “marginalmente positivas” nas três regiões.
Do lado da oferta o abrandamento do mercado também se faz sentir. 33% dos inquiridos notaram uma descida no número de angariações, a leitura mais baixa desde dezembro do ano passado.
No que toca a preços, continuaram a aumentar em abril, mas a um ritmo mais ligeiro. “Apenas um saldo líquido de 7% dos inquiridos reportou uma subida dos preços no período em análise (o saldo mais modesto em quatro anos)”, destaca a CI. Lisboa e Algarve são as regiões onde mais se nota a estabilização dos preços. O Porto dá menos sinais de travagem.
As previsões para a subida dos preços nos próximos 12 meses foram revistas em baixa num ponto percentual.
A análise da CI inclui também o mercado de arrendamento, onde previsões para a subida das rendas estão “em território neutro, sugerindo que o percurso recente de subida sólido está a perder fôlego”.
Citado na nota, o diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, afirma que é notório que “os investidores estão mais cautelosos, procurando as melhores oportunidades, conscientes dos riscos da sobrevalorização”.
O responsável sublinha que “os vendedores estão também a rever as suas expetativas em baixa, e alguns já estão a baixar os preços pedidos pelos seus imóveis”.
Há ainda outros fatores a ter em consideração que justificam esta tendência, aponta Ricardo Guimarães, nomeadamente “o volume de novas casas em construção”, que a prazo “irá colocar alguma pressão sobre os preços”, e ainda as restrições de acesso ao crédito, que “estão a limitar a procura potencial”.
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