A venda de casas em Portugal reanimou com o desconfinamento, tendo-se registado em maio um crescimento de 23% face ao mês anterior, avança a Confidencial imobiliário (CI). Este impulso na atividade reduziu para 41% o declive face aos níveis verificados no pré-covid (janeiro) e ilustra uma recuperação face à queda de 53% que se observou em abril.
Abril foi o mês que apresentou a maior descida na venda de casas face a janeiro, mas a redução na dinâmica de vendas já se vinha a verificar desde fevereiro. Nesse mês, as transações recuaram 6% face ao primeiro mês do ano, uma descida que se agravou para 17% em março, o primeiro período a integrar medidas de confinamento, diz a CI.
Em termos mensais, a maior retração registou-se em abril (uma quebra de 43%), num forte agravamento face à variação mensal negativa de 12% registada em março, mas agora invertida pela subida de 23% de maio.
“A quebra na atividade sentiu-se logo em março, mas abril foi o mês mais gravoso, como seria expectável, com uma queda de 53%”, mas “em pleno confinamento, o mercado conseguiu manter um nível de atividade de cerca de metade do pré-covid, o que não deixa de ser assinalável”, diz Ricardo Guimarães, diretor da CI.
Estes dados refletem os primeiros resultados do Índice de Volume de Vendas de Habitação, uma nova métrica lançada pela CI para acompanhar o comportamento da atividade em Portugal continental.
Preços sobem 0,9%
O Índice de Preços Residenciais apresentou uma variação mensal de 0,9% em maio, mantendo o registo de estabilidade desde início da pandemia. No entanto, as variações mensais observadas nos últimos três meses desaceleram a trajetória de valorização sentida ao longo de 2019 e início de 2020, quando as subidas mensais oscilaram entre 1,5% e 2%.
Para Ricardo Guimarães, “o mercado exibe uma clara redução de atividade, mas isso não se reflete numa descida nos preços”, o que sugere que “está a resistir à estratégia de redução de preço em reação à quebra nas vendas, pois existe uma forte convicção de que os níveis de preços praticados no mercado têm uma forte probabilidade de virem a ser observados novamente após o fim da crise pandémica”.
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