O economista cita ainda os alimentos perecíveis que, com uma pessoa que vive só, têm mais tendência a estragar-se e a tornarem-se desperdício. Por isso, conclui, “a inflação não afeta todos por igual”. Já antes da crise inflacionária assim era: a fiscalidade prejudica quem vive sozinho.
“Ao viver como casados pagam-se menos impostos do que dois separados ou divorciados, em que cada um paga a sua parcela pela soma dos dois. Claramente, o imposto é maior e, portanto, as pessoas que vivem sozinhas são penalizadas face às outras que vivem em comunhão de casa ou pelo menos de rendimento tributável”, adianta.
É algo que Marta Lira sente na pele. “O salário que tenho como professora, com os 12 anos de serviço, é de mais ou menos 1.000 a 1.100, e o facto de estar sozinha e de não ter filhos aumenta a questão dos escalões do IRS.”
“Ainda ontem estava a falar com os meus pais, e 500 euros do meu salário bruto vão para o Estado”, lamenta.
Com a prestação da casa, a alimentação e os transportes, se já anteriormente pouco sobrava do salário, com a inflação a 9%, ainda menos.
Para ter alguma qualidade de vida, que para esta professora se traduz em poder fazer desporto ou jantar com amigos, tem de acumular outras ocupações, como dar explicações ou fazer traduções.
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