À margem do evento de inauguração do voo da Beijing Capital Airlines, Filipe Silva, administrador do Turismo de Portugal, destaca a retoma da ligação entre os dois países como uma oportunidade para os números do turismo em Portugal. Filipe Silva reconhece que o perfil do turista chinês tem vindo a sofrer alterações ao longo dos anos – e esse é um campo com potencial para exploração. Se inicialmente o turista chinês preferia viajar em grupo, há perfis cada vez mais diversificados. “Acreditamos que ainda há muitos grupos que vêm para Portugal, mas também há a surpresa do turista independente, que já viaja fora de grupos, para conseguir visitar Portugal de forma mais aprofundada e conhecer melhor o destino”, diz Filipe Silva.
O voo direto vai ligar Lisboa a Pequim, com paragem em Xi’an, naquilo que já é descrito como “a nova rota da seda”. Esta nova rota retoma a ligação direta entre os dois países, depois de a companhia aérea Capital Airlines ter terminado em dezembro de 2018 os voos diretos. O administrador do Turismo de Portugal destaca que, em comparação, este novo voo permitirá aumentar a percentagem de turistas chineses, com mais lugares disponíveis em cada ligação. “Trata-se de um voo com três frequências semanais e o avião que é utilizado pela Beijing Capital Airlines tem mais 50% de capacidade que o avião anterior, com capacidade para cerca de 300 pessoas”.
“Acreditamos que vamos ter muito mais condições para proporcionar uma estadia mais prolongada”, explica Filipe Silva, reforçando que o aumento da estadia média do turista chinês é um dos objetivos do Turismo de Portugal. Para isso, detalha que tem sido feito um trabalho com vários parceiros do mercado chinês, para “desenvolver programas feitos à medida”. “Vamos trabalhando programas feitos à medida com os vários parceiros, cada qual tem o seu perfil de cliente, portanto isso pode variar entre programas feitos à medida, que pode ir de três a cinco ou sete noites”.
O Turismo de Portugal espera conseguir repetir as experiências de outros mercados, como o japonês ou norte-americanos. “Já tivemos experiências com outros mercados, como o japonês ou o americano, em que a estadia média era diminuta e hoje em dia temos um histórico muito interessante com esses mercados. É um trabalho progressivo que exige bastante investimento, bastante compromisso, não só da nossa parte enquanto Turismo de Portugal, mas também de todos os nossos parceiros”.
Filipe Silva reconhece que os 200 mil hóspedes chineses e as 300 mil dormidas ainda são números com potencial para crescimento. “[O contributo de turistas chineses para valores globais] é ainda bastante reduzida mas com potencial de crescimento bastante significativo. Aqui o desafio passa pelo aumento da estadia média e, consequentemente, do aumento do gasto turístico do turista chinês”.
Apesar de indicar que o “Turismo de Portugal não desenvolve ações para promover a China como destino turístico”, é importante para a sustentabilidade da ligação que haja também um número de portugueses nesta rota. “É do interesse de todos que aviões estejam o mais bem preenchidos possíveis, não só na rentabilidade da operação mas na sustentabilidade da operação. Acreditamos que o mercado chinês é também bastante apetecível para o turista português, Xi’an e Pequim são dois pontos com atrativos turísticos importantes”, destaca.
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