//Web Summit 2023. Um teste de sobrevivência a uma tempestade de casos e ausências

Web Summit 2023. Um teste de sobrevivência a uma tempestade de casos e ausências

Os ausentes e os presentes

A organização esteve nos últimos dias a retocar o alinhamento, procurando reforçar o lote de oradores. Longe do mediatismo de nomes como Edward Snowden ou o já desaparecido Stephen Hawking, a abertura da WebSummit limita-se a aumentar o lote de oradores portugueses. A António Costa Silva, junta-se a presença incontornável de Carlos Moedas – o seu antecessor no cargo e atual ministro das Finanças Fernando Medina também não consta do programa. Do universo tecnológico português com cartadas internacionais , sobem ao palco Vasco Pedro, da UNBABEL e Cristina Fonseca do fundo de capital de risco Índico Capital Partners. O único nome sonante internacional é Jimmy Wales, um repetente na cimeira tecnológica criada por Cosgrave. Dado curioso – Wales fundou a Wikipedia onde fez carreira a atual CEO da WebSummit e ambos são os únicos estrangeiros da sessão de abertura.

As mudanças no alinhamento foram uma força das circunstâncias, depois de afirmações do cofundador da WebSummit, Paddy Cosgrave, sobre o conflito que envolve Israel e o Hamas, terem levado a um boicote por parte das grandes tecnológicas, como a Alphabet (dona da Google), a Meta (dona do Facebook e Instagram) e a Amazon, e afugentado nomes como os atores Gillian Anderson e Joseph Gordon-Levitt.

No entanto, nenhuma das big tech explica as razões por detrás do boicote.

Em resposta à Renascença, a Meta não acrescentou mais além de que não marcará presença na WebSummit deste ano, não confirmando se a presença em futuras edições do evento estão em causa.

A Google, parceira da conferência, respondeu taxativamente: “A Google não vai estar presente na WebSummit.”

A Intel também confirmou à Renascença que não irá estar presente, não adiantando justificações. E a Siemens adianta ter “revisto a situação”, determinando que a empresa não estará representada na WebSummit de 2023

“A nossa simpatia vai para todas as vítimas da escalada de violência em Israel e na Faixa de Gaza. Condenamos a ação terrorista contra Israel no dia 7 de outubro”, refere o porta-voz da empresa alemã.

Contando de novo com uma significativa presença ucraniana, a edição deste ano promete muitos debates sobre Inteligência Artificial, energia, sustentabilidade e comércio eletrónico. Entre os nomes mais mediáticos constam os de Chelsea Manning, cujas denúncias deram origem aos Wikileaks ou Stella Assange, advogada e companheira de Julian Assange, que divulgou esses telegramas diplomáticos. Aguardam-se com expectativa as intervenções de Meredith Whittaker, da aplicação de mensagens Signal, da ativista climática Sage Lenier, do ativista norte-americano De Ray McKeeson ou da denunciante do escândalo Cambridge Analytica, Brittany Kaiser. A WebSummit vai receber uma parada de antigos jogadores de futebol como Sol Campbell, Roberto Carlos, Gilberto Silva ou Cesc Fabregas, para além do repetente André Villas-Boas. A atriz Morena Baccarin e o realizador Neil Jordan marcam também presença numa edição que repete nomes nacionais como Cristina Ferreira ou os Calema.

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